RORAIMA

Bolsonaro quer conseguir 'imagens' para que Brasil não siga Venezuela

Presidente ainda se confundiu com dias de governo: "Estamos completando 1000 anos de governo (dias). Mil anos?! 600 anos de pandemia? Aí não. Seiscentos dias de pandemia"

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quarta-feira (29/9), que a previsão é de que ele visite Pacaraima (Roraima) em outubro, a fim de verificar a crise migratória de venezuelanos. O chefe do Executivo destacou ainda que o objetivo é conseguir imagens para mostrar à população brasileira que o país não deve seguir o exemplo da Venezuela, em indireta a não deixar que partidos de esquerda retornem ao poder. A declaração ocorreu na capital do estado, Boa Vista, uma das regiões visitadas pelo presidente em comemoração aos 1000 dias de governo.

"Espero, no próximo mês, retornar a esse estado. Quero ir na fronteira, quero ir em Pacaraima e quero conseguir imagens para mostrar para o povo brasileiro que nós não podemos seguir o caminho da nossa querida Venezuela. Queremos liberdade e progresso, queremos um país onde a liberdade de culto se faça presente, bem como a liberdade de expressão. Um país onde você valoriza a família e valoriza a meritocracia. Não queremos seguir o caminho de outros países que o seu povo, ao inadvertidamente eleger gente com pensamento de esquerda, lançou-se como um tolo no caminho da ditadura, da pobreza, da fome e da miséria", alegou.

"Estamos juntos na nossa empreitada. Estou vendo uma bandeira da nossa Venezuela. A gente pede a Deus que a democracia um dia restabeleça naquele país, outrora rico em petróleo e ouro e, hoje em dia, tem um povo pobre pela forma que seus governantes trataram a sua política e a sua população. Tenho certeza que juntos colocaremos o Brasil no lugar de destaque que ele merece", acrescentou.

Bolsonaro reforçou o anúncio do início das obras do linhão de Tucuruí. Ele apontou que o projeto deve levar cerca de três anos para ser concluído.

"Hoje nós lançamos a pedra fundamental para construir o linhão Manaus - Boa Vista. Roraima, em menos de três anos, ficará ligado à rede elétrica de todo o nosso Brasil. Certamente, o progresso se fará acompanhar cada vez mais com essas medidas e devemos isso ao trabalho logicamente do Executivo e de grande parte do Legislativo por vocês, fizemos isso em conjunto".

"Este linhão, que há mais de 10 anos vocês o esperavam, nós conseguimos agora vencer todos os obstáculos burocráticos que tínhamos pela frente e, com a pedra fundamental de hoje, a certeza que brevemente vocês terão energia de qualidade e perene em nosso estado de Roraima".

Em discurso, que tem repetido pelas cidades desde o começo da semana, Bolsonaro disse que "cada vez mais a gente vê menos vermelho e mais verde e amarelo" e "a volta do patriotismo ao Brasil".

O presidente ainda se confundiu ao citar os 1000 dias de gestão do governo, trocando a palavra "dias" por "anos", mas foi corrigido. Ele afirmou lamentar as mais de 595 mil mortes por covid-19, mas voltou a dizer que as medidas restritivas adotadas por governadores em meio à pandemia, na tentativa de diminuir os casos de transmissão de covid-19, prejudicaram a economia. 

"Depois de muito tempo, o Brasil tem um presidente que acredita em Deus, que respeita a sua Constituição, que defende a família tradicional e que deve lealdade a vocês. Estamos completando 1000 anos de governo (dias). Mil anos de governo?! Seiscentos anos de pandemia? Aí não. Seiscentos dias de pandemia. A gente lamenta por todas as mortes de Roraima, do Brasil e do mundo. Mas nós temos que enfrentar os problemas. Não podemos simplesmente dizer fique em casa que a economia a gente vê depois. Sempre disse que tínhamos que enfrentar o vírus e o desemprego. O governo federal fez a sua parte. Não deixamos colapsar a nossa economia. Atendemos aos mais necessitados e hoje tomamos conhecimento que o número de empregados cresce mês a mês. Hoje foi anunciado mais de 380 mil novos empregos no Brasil", disse.

Por fim, disse que apesar dos problemas, o país está indo para frente. "Nós começamos a mudar o Brasil desde as últimas eleições. Cada vez mais, apesar dos problemas, nós estamos vendo o nosso Brasil ir para frente".

 

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