Nesta segunda-feira (27/9), a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) disse em entrevista ao programa CB.Poder — parceria entre o Correio e a TV Brasília — que O mistério envolvendo os hematomas em seu corpo não foram fruto de uma queda. A parlamentar também comentou algumas propostas discutidas atualmente no Congresso e fez críticas ao governo do presidente, Jair Bolsonaro (sem partido).
Em relação aos vetos na questão da federação de partidos, em tramitação no Congresso Nacional, Hasselmann diz que daria certo equilíbrio para que partidos pequenos tivessem possibilidade de junção. “Seria uma espécie de coligação. Um casamento que não termina”, disse.
A pauta refere-se ao vetos de Bolsonaro ao PLS 477/15, que institui federações partidárias. O objetivo do projeto é ajudar legendas menores a alcançarem a cláusula de barreira, artifício que limita a atuação de partidos que não conseguirem determinado percentual de votos para o Congresso.
No que diz respeito à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a deputada afirma que os parlamentares não chegaram à discussão dos vetos. “Os líderes ainda estão numa briga de foices. Infelizmente, alguns partidos negociam também no ‘toma-lá-dá-cá’. Então não sabemos qual a decisão o Congresso tomará em relação aos vetos. Eu, particularmente, trabalho para derrubar”, declarou.
Na esteira da questão orçamentária, Hasselmann destacou que há bastante tempo o governo age com a postura de “sequestrar” o orçamento de algumas áreas importantes. “Isso aconteceu com a Ciência e Tecnologia, por exemplo. Vale lembrar que o governo pôs um monte de jabutis (propostas suspeitas) no setor, de modo que o dinheiro a ser investido fosse segurado”, criticou.
“Se o Congresso tivesse essa responsabilidade, certamente trabalharia para o que é melhor ao país, e não pelos 'acordões' com o presidente da República. Mas em relação à LDO, nada definido”, concluiu.
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Presidente
Ex-aliada de Jair Bolsonaro, a deputada acredita que o chefe do Executivo está mais calmo. Especialmente após o incêndio causado pelas declarações polêmicas do mandatário no dia 7/9. “Não tem atacado com tanta voracidade — aquilo que considera seus desafetos ou as instituições — porque viu que passou muito do limite. Acho muito pouco provável que o Bolsonaro aumente sua popularidade”, opinou.
A parlamentar elencou os motivos para o pé no freio no apoio ao presidente: “Inflação galopante, que vai crescer; aumento da Selic (taxa básica de juros), o que significa crédito mais caro e menos empréstimo; as famílias estão mais endividadas; as quase 600 mil mortes pela covid-19; e a questão do desemprego”.
Para Joice Hasselmann, colocando tudo isso numa cesta, são muitos fatores negativos em torno de um presidente com 1000 dias de governo. “Quando se compara a popularidade dele a outros ex-presidentes, está em um nível menor que o do ex-presidente Collor”, exemplificou.
“E tem o gueto das redes sociais, onde existe uma trapaça por meio do gabinete do ódio. Esse grupo vai ficar sempre ali, não importa o que Bolsonaro faça. Não vejo possibilidade da popularidade dele crescer”, reforçou.
Agressão ou acidente?
Desde a madrugada do dia 18 de julho de 2021, o caso envolvendo os hematomas no corpo da deputada levantaram a dúvida: acidente ou agressão por motivos políticos? Segundo conclusão da Polícia Civil do DF, os machucados não têm relação com agressão ou violência doméstica, mas por queda da própria altura da parlamentar.
No entanto, para Joice Hasselmann, a conclusão policial foi uma surpresa. “Mas uma surpresa explicável. Não temos (nos apartamentos funcionais) imagens, existem vários pontos cegos dentro do prédio, não há câmeras de segurança nas escadas ou corredores. A polícia não tinha informação nenhuma, e por causa disso houve a constatação de queda. Particularmente, eu sei que não foi uma queda. Mas, não podemos criar provas. A polícia fez seu trabalho e chegou onde deveria chegar”, declarou.
*Estagiário sob supervisão de Pedro Grigori