Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) vão decidir, na próxima quarta-feira (29/9), se o presidente Jair Bolsonaro deve depor presencialmente ou por escrito à Polícia Federal. O julgamento se refere a suposta interferência presidencial na corporação, de acordo com acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro.
Os ministros avaliam se, em razão do cargo de presidente, Bolsonaro poderá prestar esclarecimentos por escrito. O presidente está na condição de investigado pelo caso. Uma das provas é um vídeo de uma reunião ministerial ocorrida no Palácio do Planalto em 22 de abril de 2020. No encontro, o chefe do Executivo disse que iria "intervir" na superintendência da corporação no Rio de Janeiro, para beneficiar familiares.
Bolsonaro chega a dizer que não iria esperar "foder a família" para trocar alguém da segurança. “Eu não vou esperar foder a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence a estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final! Não estamos aqui para brincadeira", disse o presidente. Depois da repercussão, Bolsonaro alegou que fez referência à segurança pessoal da família dele, e não à Polícia Federal.
No mesmo dia do julgamento do depoimento do presidente, o STF também deve continuar a análise de ações penais que estão em curso contra o ex-deputado André Moura (PSC-SE) e se o governo deve levar em consideração a tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) para ressarcir hospitais privados por serviços prestados a pacientes da rede pública. A decisão sobre a oitiva de Bolsonaro é o terceiro item da pauta. Caso não seja julgado na quarta, a apreciação poderá ficar para a quinta-feira (30/9).