O governo federal terá de gastar ao menos R$ 22 mil dos cofres públicos para bancar a estadia do ministro Marcelo Queiroga em Nova York, por força da quarentena de 14 dias após o titular da Saúde ter testado positivo para covid. O valor da hospedagem, contudo, pode chegar a quase R$ 31,6 mil, a depender da acomodação escolhida pelo ministro.
O levantamento foi feito pelo Correio com informações disponíveis no site do Intercontinental New York Barclay, estalagem localizada no centro de Manhattan que recebeu a comitiva brasileira para a 76ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas.
Para calcular o valor total da estadia de Queiroga no hotel, levou-se em conta a previsão de que o ministro fique em isolamento até 5 de outubro, quando completará os 14 dias da quarentena. Segundo a página do hotel, o Executivo terá de arcar com diárias que variam de R$ 1,7 mil a R$ 2,4 mil.
O tipo de hospedagem solicitado pelo ministro não foi informado pelo governo. Considerando um quarto mais simples, sócios do hotel pagarão, por dia, R$ 1.764,75 sem café da manhã, e R$ 2.049,17 com café da manhã. Ao final da estadia, o custo será de R$ 22,941.98 para quem optou pelo serviço adicional e de R$ 26,639.26 para quem descartou.
As diárias para quem não é associado à estalagem vão de R$ 1.835,83, sem café da manhã, a R$ 2.133,32, com café da manhã. O custo para 14 dias de hospedagem são de, respectivamente, R$ 23,866.02 e R$ 27,732.98.
Levando em conta um quarto mais luxuoso do Intercontinental New York Barclay, os preços diários para associados são de R$ 2.049,17, sem café da manhã incluso, e de R$ 2.333,60, com café da manhã. Para as duas situações, os valores finais da estadia são de R$ 26,639.26 e R$ 30,336.69.
A mesma suíte para os que não são associados tem diárias de R$ 2.133,32, sem café da manhã, e R$ 2.430,75 com café da manhã. Para 14 dias de hospedagem, os preços são de R$ 27,732.98 ou R$ 31,599.99, caso o hóspede queira incluir o serviço adicional.
Linha de contágio
Além de uma quarentena nos Estados Unidos, o contágio por covid do ministro Marcelo Queiroga provocou o monitoramento para verificar possível contágio da doença. Teoricamente, a linha de transmissão de covid pode ter chegado ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Durante a passagem oficial a Nova York, Marcelo Queiroga se encontrou com autoridades e membros da Organização das Nações Unidas. No dia 20, véspera da reunião na ONU, ele acompanhou o presidente Jair Bolsonaro em um encontro bilateral com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, no consulado-geral do Reino Unido. Queiroga apertou a mão de Johnson. No dia seguinte, Johnson foi a Washington para uma conversa com o presidente americano.
Marcelo Queiroga ainda se reuniu com pesquisadores brasileiros que atuam nos EUA e investidores. Horas antes de ser diagnosticado, o titular da Saúde visitou o Memorial do 11 de setembro com a comitiva presidencial.
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) acredita que o ministro da Saúde tenha embarcado para a 76ª Assembleia-Geral da ONU já contaminado. “Acho que o ministro já saiu carregando o bichinho”, disse em referência ao vírus.