Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, criticou em vídeo publicado na terça-feira (21/9), as privatizações de aeroportos propostas pelo Planalto. Para o presidente do Partido Liberal, que é um dos pilares do Centrão — e portanto, do governo federal — o chamado “liberalismo social do partido não combina com privatizações como a dos aeroportos do Santos Dumont (Rio de Janeiro) e o de Congonhas (São Paulo)”.
Em vídeo anterior, Costa Neto havia criticado também a insistência de Jair Bolsonaro com relação ao voto impresso. O presidente do PL deu três motivos para o partido ter tido a segunda maior votação contrária à proposta: custo da implantação da medida, os custos que as urnas deram ao país e por confiar na segurança das urnas. “Todas as eleições são sorteadas urnas e os partidos são convidados junto à Polícia Federal para checar as urnas. Isso não se trata de se contra ou a favor ao Bolsonaro, se trata de defender os interesses do país”, afirmou.
Apesar de possuir membros importantes apoiadores e membros importantes do governo, como o senador Jorginho Mello (SC) e a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (DF), as recentes falas do presidente dão a entender que o partido pode estar deixando de fazer parte da parcela do Centrão que apoia Bolsonaro. Um dos exemplos é o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (AM). Oposição ao presidente, após os atos de Sete de Setembro, em que o presidente atacou a democracia, Ramos afirmou que a abertura de um processo de impeachment era “inevitável”.
Condenado pelo escândalo do mensalão, Costa Neto foi um dos nomes mais cortejados para aliança durante as eleições de 2018 e manteve negociações com Jair Bolsonaro à ocasião. O Centrão vem sendo um dos principais parceiros do governo, especialmente na Câmara, mas aos poucos, alguns membros do PL vão descendo do ônibus bolsonarista.
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