O presidente Jair Bolsonaro abriu os discursos de chefes de Estado na 76ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (21/9), e elogiou a capacidade do Brasil em gerar energia por fontes renováveis. Segundo o chefe do Executivo, “o Brasil já é um exemplo na geração de energia com 83% advindos de fontes renováveis”.
O presidente, no entanto, não fez menção à crise hídrica em curso no país, que compromete o abastecimento dos reservatórios que abastecem as termelétricas que produzem energia. A situação fez o governo federal lançar uma nova bandeira tarifária para as contas de luz, na tentativa de fazer com que os brasileiros gastem menos energia e impedir que o fornecimento desse serviço fique comprometido.
Além disso, Bolsonaro destacou que o Brasil tem tido bons resultados na proteção ao meio ambiente. De acordo com o presidente, “nenhum país do mundo possui uma legislação ambiental tão completa”. E completou: “Nosso Código Florestal deve servir de exemplo para outros países”.
“Nossa moderna e sustentável agricultura de baixo carbono alimenta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo e utiliza apenas 8% do território nacional. O Brasil é um país com dimensões continentais, com grandes desafios ambientais. São 8,5 milhões de quilômetros quadrados, dos quais 66% são vegetação nativa, a mesma desde o seu descobrimento, em 1500”, afirmou.
O presidente salientou que “o futuro do emprego verde está no Brasil: energia renovável, agricultura sustentável, indústria de baixa emissão, saneamento básico, tratamento de resíduos e turismo”.
Menos desmatamento
Bolsonaro disse também que, apenas no bioma amazônico, “84% da floresta estão intactos, abrigando a maior biodiversidade do planeta”. O presidente informou que o governo federal antecipou, de 2060 para 2050, o objetivo de alcançar a neutralidade climática.
“Os recursos humanos e financeiros, destinados ao fortalecimento dos órgãos ambientais, foram dobrados, com vistas a zerar o desmatamento ilegal”, frisou. Segundo o presidente, resultados desta ação já começaram a aparecer, como uma redução de 32% do desmatamento na Amazônia em agosto na comparação com agosto de 2020, segundo números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
“Qual país do mundo tem uma política de preservação ambiental como a nossa? Os senhores estão convidados a visitar a nossa Amazônia”, disse Bolsonaro.
O presidente ainda anunciou que, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas deste ano, a COP-26, o Brasil buscará “consenso sobre as regras do mercado de crédito de carbono global”.
“Esperamos que os países industrializados cumpram efetivamente seus compromissos com o financiamento de clima em volumes relevantes”.