O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, cobrou que o presidente Jair Bolsonaro se vacine contra a covid-19. Em live nas redes sociais na noite desta quinta-feira (16/9), o presidente comentou que tem uma boa imunidade contra o vírus causador da doença, mas ouviu de Queiroga que não pode dispensar a vacinação.
"O senhor precisa se vacinar", alertou o ministro. Segundo ele, a imunização é necessária para que o presidente amplie a quantidade de anticorpos neutralizantes, capazes de impedir a entrada do vírus nas células e gerar mais proteção ao organismo.
De todo modo, Queiroga deixou a decisão para Bolsonaro. "O presidente defende a autonomia do médico. Eu não sou o médico dele, mas eu defendo que o presidente deve tomar a decisão na hora certa. Ele diz que e imorrível. Não sei se é invacinável. Mas aí vou falar com a dona Michelle (Bolsonaro)", comentou.
Durante a transmissão, Bolsonaro comentou que o seu IgG — uma imunoglobulina produzida pelo organismo com o objetivo de defender o corpo humano contra agentes infecciosos — é bastante positivo e que ele não precisaria se vacinar.
"O que acontece, você vai tomar vacina para que? Para ter anticorpos. A minha taxa de anticorpos está lá em cima. Eu te apresento o documento, estou com 991 (de IgG). Então eu estou bem. Vou tomar vacina para CoronaVac, por exemplo, que não vai chegar a essa efetividade, para que eu vou tomar? Agora, todo mundo já tomou vacina no Brasil? Depois que todo mundo tomar, eu vou decidir meu futuro aí", disse o presidente.
Defesa a remédios ineficazes
Além de questionar a eficácia das vacinas, o presidente voltou a defender o uso de remédios comprovadamente ineficazes no tratamento à covid-19, como a hidroxicloroquina e a ivermectina. Enquanto Bolsonaro falava sobre as medicações, a transmissão foi cortada repentinamente.
"A gente não vai falar aqui de tratamento inicial, virou um crime falar em tratamento inicial. Ano passado me senti mal e tomei um negócio aí para malária e me curei no dia seguinte. Eu talvez tenha sido infectado nos últimos dias, de vez em quando tomo ivermectina, não vou negar isso aí, e estou com esse...", disse o presidente, e o sinal foi interrompido.
Antes, Bolsonaro comentou que não tomou nenhuma decisão errada ao longo da pandemia. "Eu não sou médico, mas não errei nenhuma. Não chutei. Conversei com muitos médicos, fiz lives, palestras na presidência da República, liguei para embaixadores em outros países, falei com médicos e, logicamente, tudo o que eu falava tinha uma materialidade. Era pancada o tempo todo. Não erramos nenhuma, até quando começaram a falar que causava arritmia, bateram em mim."