O presidente Jair Bolsonaro recebeu caminhoneiros no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira (9/9), para tentar negociar o fim dos bloqueios nas estradas de diferentes estados do país promovidos por representantes da classe que apoiam o governo federal.
O encontro teve início pouco depois das 10h e não tinha acabado até o momento da publicação desta reportagem. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, também foi convocado para participar da conversa.
O movimento dos caminhoneiros tem diminuído desde a noite de quarta-feira (8/9), quando o chefe do Executivo gravou um áudio pedindo que as estradas sejam liberadas. Ainda assim, de acordo com o Ministério da Infraestrutura, 14 estados registram pontos de concentração dos caminhoneiros.
Segundo a pasta, Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina contam com algumas interdições por conta dos bloqueios. Nos estados de Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Rondônia, Pará e Roraima o trânsito está liberado, mas ainda há abordagem a veículos de cargas por parte da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Na manhã desta quinta, ao conversar com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro prometeu "tomar uma decisão". O encontro com os caminhoneiros não estava previsto na ageda oficial do presidente, que durante a manhã participaria apenas da 13ª cúpula do Brics, agrupamento de países de mercado emergente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
"Eu tenho uma hora da manhã que vou estar com o tempo tomado com o pessoal dos Brics. Então, mais cedo também, nesses dois intervalos, vou conversar com os caminhoneiros para a gente tomar uma decisão", destacou.
"Dá um toque nos caras"
O presidente se mostrou preocupado com as paralisações por conta de possíveis reflexos na economia. No áudio de quarta-feira, ele alertou que "isso provoca desabastecimento, inflação e prejudica todo mundo, em especial, os mais pobres".
"Fala para os caminhoneiros aí, nossos aliados, que esses bloqueios atrapalham a nossa economia. Então, dá um toque no caras aí, se for possível, para liberar, tá ok? Para a gente seguir a normalidade", comentou.
"Deixa com a gente em Brasília aqui e agora. Mas não é fácil negociar e conversar por aqui com autoridades. Não é fácil. Mas a gente vai fazer a nossa parte aqui e vamos buscar uma solução para isso, tá ok? E aproveita, em meu nome, dá um abraço em todos os caminhoneiros. Valeu", completou Bolsonaro.