Os protestos contra o presidente Jair Bolsonaro organizado por movimentos como Movimento Brasil Livre (MBL), Livres e Vem pra Rua para o próximo domingo (12/9) devem ganhar um reforço. Movimentos de esquerda estão em conversas para se juntar à manifestação em pelo menos cinco estados.
A ideia é dar uma resposta aos atos com pautas antidemocráticas e discursos golpistas por parte do presidente que ocorreram no feriado da Independência (7/9) pelo país. Segundo lideranças de movimentos ligados a sindicatos e partidos de esquerda, já há conversas ocorrendo em São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, em Florianópolis e Porto Alegre.
Participam das negociações junto ao MBL e Vem pra Rua movimentos como a União Municipal dos Estudantes Secundaristas (Umes), centrais sindicais e partidos como o PDT e PSDB. O PDT chegou a divulgar uma nota nesta quarta-feira (8/9) em que anunciou que é preciso unir forças pelo impeachment de Bolsonaro.
"É hora de unirmos forças da esquerda à direita pelo impeachment desse presidente tirano e incompetente. Todos aqueles que realmente querem a saída de Bolsonaro precisam estar juntos neste momento, sem cálculos eleitorais para 2022 e sem sectarismos oportunistas", disse.
Erick Santos, diretor do Movimento Acredito — um dos movimentos que compõem a ofensiva Fora Bolsonaro —, diz que a preocupação inicial do grupo era a proibição imposta por organizadores dos atos do dia 12 a bandeiras e camisas ligadas à esquerda. O MBL e o Vem pra Rua já avisaram que os manifestantes deverão estar de branco.
“Inicialmente, o caráter apartidário e anti-esquerda nos preocupava muito. Ainda estamos atuando para amenizar isso, mas entendemos que era necessário aderir ante a ameaça crescente do golpismo, para dar uma resposta”, disse Santos, ao Correio.
Ele disse que as conversas, neste momento, são para tentar derrubar a proibição a símbolos e roupas que remetam a partidos e movimentos de esquerda. As conversas para a participação nos protestos, no entanto, já estão avançadas e ele afirmou que alguns grupos, como é o caso do Acredito, deverão ir independentemente dessa decisão.
Os atos estão sendo organizados pelo menos desde julho. A reportagem também falou com um dos fundadores do MBL, que confirmou que o diálogo está ocorrendo e disse que a pauta é uma só: o impeachment do presidente Jair Bolsonaro.