Pedindo consenso

Aras defende 'harmonia entre os Poderes' após ameaças de Bolsonaro

Procurador-geral da República enalteceu a democracia brasileira e não citou discursos inconstitucionais de mandatário no Dia da Independência

Em pronunciamento após o duro discurso do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, o procurador-geral da República, Augusto Aras, citou brevemente a importância da democracia e deu enfoque aos Três Poderes constituídos no Brasil. Depois das ameaças do presidente Jair Bolsonaro contra o Supremo no 7 de Setembro, Aras afirmou que “a independência entre os Poderes pressupõe a harmonia”.

“Não podemos desprezar os recursos da institucionalidade, o devido processo legal, pois é por meio dessas vias formais que o nosso estado democrático de direito assegura que as minorias tenham voz e que os direitos da maioria sejam preservados”, disse.

Ele ainda afirmou que apenas “mediante o diálogo, com discordâncias, mas sem discórdias”, se chega a um consenso. “A democracia é um grande concerto de interesses. É o governo dos contrários, mas também do possível. É, mediante o diálogo com discordâncias, mas sem discórdias, um caminho para a paz, por meio do consenso social”, falou.

Manifestações

O procurador-geral da República também citou as manifestações que ocorreram no Dia da Independência. E classificou o ato como "festa cívica" de uma “sociedade plural e aberta”. "A voz da rua é a voz da liberdade e do povo. Mas não só. A voz das instituições que funcionam a partir das escolhas legítimas do povo e de seus representantes, também é a voz da liberdade".

Em tom despreocupado, Aras enalteceu a democracia, sem citar os discursos inconstitucionais proferidos pelo presidente Jair Bolsonaro durante os atos de terça (7). “Nós amamos a democracia, pois nela floresce a liberdade, com a qual tantos sonharam, e pela qual tantos se sacrificaram”, declarou.

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