Representando 3.600 juízes do trabalho de todo o Brasil, a Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra) se manifestou sobre os ataques do presidente da República, Jair Bolsonaro, contra o Supremo Tribunal Federal (STF), durante as manifestações de 7 de Setembro. Por meio de uma nota oficial, a instituição disse “reafirmar o respeito à democracia, às decisões judiciais e aos ministros do Supremo Tribunal Federal, em especial ao ministro Alexandre de Moraes, diante das colocações desrespeitosas expressadas na tarde de hoje”.
A Anamatra também lamentou a deturpação do significado do dia da independência do Brasil, que foi usado por parte dos apoiadores de Bolsonaro para praticar atos antidemocráticos, que desrespeitam a Constituição Federal e afrontam o poder Judiciário.
Nesta terça-feira (7/9), Jair Bolsonaro afirmou, em discurso na Avenida Paulista, que não irá mais obedecer ou respeitar as decisões do ministro Alexandre de Moraes. A fala, considerada golpista por muitos especialistas, também foi rechaçada pela Anamatra. “As decisões judiciais devem ser cumpridas e constitui crime de responsabilidade de um mandatário incitar o seu descumprimento, fazendo referência expressa ao Supremo Tribunal Federal”, disse. “Ninguém, nem qualquer autoridade está acima da Lei e de decisões judiciais”.
Ataques
Em discurso aos apoiadores, nesta terça-feira (7/9), na Esplanada dos Ministérios, o presidente Jair Bolsonaro deu um ultimato ao Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que não aceitará que qualquer autoridade tome medidas ou assine sentenças em desacordo com a Constituição. Deixando no ar a possibilidade de adotar uma reação autoritária, ele mandou um recado direto para o presidente da Corte, ministro Luiz Fux.
"Ou o chefe desse Poder enquadra o seu (ministro) ou esse Poder pode sofrer aquilo que nós não queremos", afirmou Bolsonaro, em cima de um caminhão de som, durante as manifestações pró-governo, em frente ao Congresso Nacional. Nesse ponto, ele se referiu a decisões proferidas pelo ministro Alexandre de Moraes, que incluem a prisão de vários bolsonaristas investigados por disseminarem discursos de ódio contra o Supremo nas redes sociais.
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