ENTREVISTA

'Presidente transformou-se num fator de turbulência', avalia Aldo Rebelo

No CB.Poder desta quinta-feira (2/9), Aldo Rebelo afirmou que o chefe do Executivo deveria ser um elo para a busca da conciliação entre os Poderes

Em entrevista ao CB.Poder desta quinta-feira (2/9), o ex-ministro da Defesa, Aldo Rebelo, afirmou que o presidente da República transformou-se “num fator de turbulência e instabilidade” política e institucional, o que pode afetar, entre outros fatores, a economia. No entanto, Rebelo pondera que é preciso olhar para o momento com serenidade. “O Brasil vive, de fato, um momento de turbulência. Contudo, o país continua se dedicando às outras funções”, disse. O programa é uma parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília.

O presidente Bolsonaro dispara, frequentemente, ataques a ministros do Supremo e à legitimidade do sistema eleitoral. “O acirramento concentra-se mais na esfera política e, por isso, creio, não tenha capacidade de gerar um fenômeno indesejado ao país, como um golpe de Estado, por exemplo. Não há forças capazes de promover uma aventura dessa natureza”, afirmou, em entrevista ao jornalista Vicente Nunes, editor executivo do Correio.

Nesse sentido, Aldo Rebelo avalia que a Economia é afetada pela instabilidade, agravando o que já é difícil, a economia. “O Brasil vive um processo de estagnação econômica e, por isso, não consegue retomar o crescimento. Quando o país cresce, há dinheiro para quase tudo. Quando não cresce, não se tem recursos para nada”, explicou.

“A economia também vive um processo inflacionário em cima dos mais pobres, encarecendo o preço do gás, da gasolina e dos gêneros de primeira necessidade. Outro ponto é a multiplicação da pobreza, marcada pela redução da renda dos mais pobres. Somado a isso, temos um país isolado internacionalmente”, elencou.

Militares

Questionado sobre como está o clima nos quartéis em meio às brigas da República, o ex-ministro da Defesa aponta que militares da ativa, em geral, não comentam sobre a situação política no país. “Aqueles da reserva são quase civis. Manifestam-se politicamente. Mas quem comanda a tropa são os profissionais da ativa. E estes permanecem em silêncio, pois agem dentro da legalidade”, ressaltou.

* Estagiário sob supervisão de Mariana Niederauer