O presidente Jair Bolsonaro foi xingado nesta quinta-feira (30/9) por uma manifestante contrária ao governo. Enquanto o chefe do Executivo discursava durante evento de anúncio do metrô de Belo Horizonte e do lançamento do primeiro Centro Nacional de Vacinas que será construído na capital mineira, uma mulher gritou e o chamou de "assassino". A solenidade contou com a presença de manifestantes pró e contra Bolsonaro.
O chefe do Executivo falava que dos mil dias de governo, 600 foram em meio à pandemia da covid-19, que já matou mais de 596 mil brasileiros. Após a mulher bradar os gritos, Bolsonaro passou cerca de um minuto em silêncio, observando a situação.
Depois, rebateu que quem é de esquerda não tem cérebro e que não é possível discutir sobre política com o segmento.
"Calma aí, pessoal. Isso é bom que aconteça. Eu não vou ofender essa senhora que proferiu essas palavras que nem deram para entender. Diz um velho ditado: quem até os 30 não foi de esquerda, não tem coração. Quem depois dos 30 continua na esquerda, não tem cérebro".
"Não vim aqui falar de política"
O presidente completou dizendo que, caso venha candidato à reeleição no próximo ano, "terá o maior prazer" de participar de um debate com Lula, dando a entender ser esta a bandeira defendida pela manifestante. Ele também comparou os feitos de ambas as gestões.
"Queremos Bolsonaro presidente outra vez", gritaram bolsonaristas. "Se vocês soubessem da dificuldade disso. Mas obrigado pela confiança", rebateu.
"Não vim aqui falar de política, mas se, porventura, eu vier candidato no ano que vem, terei o maior prazer de debater com o candidato dessa senhora. Vamos comparar 14 anos do PT com 4 do meu governo. Está comigo aqui o senhor Gustavo Montezano, presidente do BNDES. O BNDES nesse governo é o que está fazendo a modelagem dessa obra, que estamos anunciando agora, que é o metrô de BH. O BNDES dessa senhora que esteve aqui agora financiava obras em Angola, em Cuba, na Venezuela", alegou.
O presidente disse ainda que "inteligente é quem aprende com os erros dos outros" em referência ao retorno da esquerda ao poder. Ele emendou que a mulher que teceu os comentários "não tem inteligência nenhuma".
"Não dá para discutir política com a esquerda. Imaginem os senhores se naquela minha cadeira que ocupo temporariamente, estivesse aquele que foi o segundo lugar nas eleições em 2018. Como estaria o Brasil? Inteligente é aquele que aprende com o erro dos outros. As pessoas menos inteligentes aprendem com os próprios erros. Essa pessoa que esteve agora há pouco aqui, por não ter inteligência nenhuma, não vai aprender nunca".
Venezuela
Bolsonaro usou como exemplo a Venezuela e questionou se é "esse o socialismo que queremos implantar no país".
"Ontem, em Roraima, estavam lá dezenas de Venezuelanos, a maioria mulheres que fugiram do paraíso da Venezuela para o Brasil. Mulheres que chegam lá em Pacaraima geralmente com um filho no ventre e mais algumas crianças no colo, uma trouxa de roupa na cabeça e uma mala na mão (...) é esse o futuro que nós queremos para o Brasil? É esse o socialismo que nós queremos implantar aqui?", indagou. Apoiadores rebateram: "A nossa bandeira jamais será vermelha".
Ao final, disse que uma das grandes coisas que o confortam na tarefa de administrar o país, "é que naquela minha cadeira não tem um socialista, comunista, ladrão, sentado nela".
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