CPI da Covid

Aziz diz a depoente: "Acho que o ‘véio da Havan’ tem mais dinheiro que você"

Presidente da CPI questiona ausência de bolsonaristas em oitiva do empresário Otávio Oscar Fakhoury, nesta quinta-feira (30/9), um dia após tropa de choque marcar presença massiva ao 'escoltar' Luciano Hang

Raphael Felice
postado em 30/09/2021 12:10 / atualizado em 30/09/2021 12:10
 (crédito: Leopoldo Silva/Agência Senado)
(crédito: Leopoldo Silva/Agência Senado)

Na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19 desta quinta-feira (30/9), que recebe o empresário bolsonarista Otávio Oscar Fakhoury, o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM) ironizou a ausência de bolsonaristas na oitiva, um dia após marcarem presença massiva no depoimento de Luciano Hang, dono das lojas Havan, na quarta-feira (29).

“Quem tem mais dinheiro, o senhor, ou o cara da Havan? O véio da Havan?! [...] Ontem era uma trupe bolsonarista aqui. Ontem, senhor Fakoury, mesmo você defendendo o Bolsonaro, a tropa de choque dele não está presente para lhe defender. O liso eles deixam abandonado, o cara que tem dinheiro, eles vêm aqui. Às 6h30 tinha gente na porta do hotel para bajular o senhor Hang”. A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) disse que a sessão de quarta-feira "parecia uma comissão mista”, devido a grande presença de deputados federais para ‘escoltar’ Hang.

Aziz seguiu dizendo que as "estripulias" feitas por Hang vão ter consequências. Ele anunciou que a população de Brusque (SC), cidade do empresário, podem entrar com ação contra o dono da Havan após ele ter induzido os habitantes do município a tomar medicamentos sem eficácia comprovada.

O depoimento da quarta-feira (29) foi marcado por tumulto e discussões. O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), comentou dificuldades do depoimento devido às reações de Hang e de governistas, mas afirmou que a CPI conseguiu colher provas importante em meio ao tumulto.

O presidente Omar Aziz completou dizendo que o depoimento do dono da Havan “foi uma festa”, mas garantiu que o relatório ‘também vai ser uma festa, mas que os bolsonaristas não vão comemorar’.

 

 

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