BOA VISTA

Bolsonaro sobre Lula: "Já imaginou se ele tivesse 10 dedos?"

Comentário do presidente foi feito após um grupo de apoiadores entoar frases como "Lula ladrão" em Boa Vista, Roraima

Ingrid Soares
postado em 29/09/2021 13:41 / atualizado em 29/09/2021 15:17
 (crédito: PAULO LOPES / AFP)
(crédito: PAULO LOPES / AFP)

O presidente Jair Bolsonaro ironizou o ex-presidente Luíz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira (29/9), durante evento de entrega de obras em Boa Vista (RR), após um grupo de apoiadores do presidente entoar gritos de "Lula ladrão". "Já imaginou se ele tivesse 10 dedos?", disse o chefe do Executivo em referência ao acidente em uma metalúrgica que resultou na perda do dedo mínimo do petista. 

Em maio, Bolsonaro já havia chamado Lula de "ladrão de nove dedos".

Na solenidade, o presidente disse em indireta que quando Lula governava o país, não se importava em visitar locais com baixo número de eleitores, mas que é diferente dele.

"Eu sei que aqui a densidade eleitoral é muito pequena. Já tivemos um ex-presidente que disse no passado que não viria qui porque aqui tinha menos eleitores que um bairro de São Paulo. Esse é um dos estados que eu mais vim na minha vida", alegou.

Ainda de acordo com o chefe do Executivo, o petista deseja implementar o modelo chinês e acabar com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

"Agora há pouco, assisti a um vídeo do ex-presidente Lula dizendo que o modelo econômico da China é o que deve ser imposto no Brasil. Não vou discutir o modelo econômico da China, mas, obviamente, o primeiro passo que deveria ser feito aqui no Brasil, se esse cara viesse a ocupar a Presidência, para seguir o modelo chinês, seria acabar com a CLT, seria acabar com o 13º, acabar com as férias, acabar com o Fundo de Garantia, acabar com a hora extra. Ou seja, manter um regime de trabalho ao nosso povo que nós não poderíamos aceitar. A China com o seu regime, o Brasil com o seu regime".

Bolsonaro completou ser inaceitável que uma figura como Lula tenha apoio da maioria da população, mas justificou que não estava na cidade para fazer propaganda eleitoral, mas "mostrar a realidade". "Agora, não podemos aceitar que alguém que já foi presidente, que se apresenta como candidato para voltar à Presidência com essa proposta ter o apoio da maioria do povo brasileiro. Também não estamos aqui para discutir eleições, apenas para mostrarmos a realidade", acrescentou.

Ele também repetiu críticas à Venezuela. "Quem poderia imaginar, nos anos 90, que a riquíssima Venezuela, integrante da OPEP, com recursos minerais incalculáveis com o ouro, pudesse estar com seu povo na miséria como hoje em dia? Ninguém poderia imaginar isso daí. Como isso aconteceu? Não foi de uma hora para outra, mas aos poucos".

Por fim, disse que não poderia deixar que ocorresse o mesmo ao Brasil. "Governantes que não tinham qualquer amor à liberdade e à democracia foram cooptando o povo com benefícios, como gasolina a um centavo o litro, com projetos sociais bastante polpudos, quando o petróleo batia 130 dólares o barril. Quando o petróleo baixou para 30 dólares o barril, veio a realidade. Aquele governo lá atrás, apoiado pelo presidente da República do Brasil naquela época, começou a impor a ditadura na Venezuela. Nós não podemos deixar que isso aconteça em nosso Brasil".

Durante o evento desta quarta-feira, o presidente anunciou o início das obras do Linhão Tucuruí que vai ligar Roraima ao Amazonas. No segundo dia de viagens em comemoração aos mil dias do governo, Bolsonaro desembarcou hoje em Boa Vista, onde participou da cerimônia de inauguração da Usina Termelétrica Jaguatirica II, do evento de concessão dos aeroportos do Bloco Norte e do lançamento da linha de transmissão.

 


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