Poder

Lira e Bolsonaro alinhados

Chefe do Planalto e presidente da Câmara entregam moradias em Alagoas, onde o deputado disputa o poder local com o senador Renan Calheiros, relator da CPI da Covid. Viagem ao Nordeste tem como finalidade divulgar ações dos mil dias do governo federal

Correio Braziliense
postado em 28/09/2021 23:50

» INGRID SOARES
» LUANA PATRIOLINO

O presidente Jair Bolsonaro abriu as comemorações dos mil dias de governo na região Nordeste, reduto do petista Lula. Ele deverá visitar municípios das cinco regiões do país até 1º de outubro. Ao lado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o chefe do Executivo entregou residências populares em Teotônio Vilela (AL) e acenou ao Congresso afirmando que o mesmo tem uma grande contribuição nas entregas que o governo realiza pelo Brasil. Ao se referir a Lira, chamou-o de “velho amigo”. Ontem, Lira se alinhou com o presidente ao responsabilizar governadores pela alta dos combustíveis e disse que o parlamento vai debater o projeto de lei para fixar o valor do ICMS. (Leia mais na página 6).

Lira defendeu a gestão de Bolsonaro ao dizer que quem comprou os imunizantes distribuídos no estado foi o governo federal. Alagoas é comandada pelo governador Renan Filho (MDB), filho do senador Renan Calheiros e adversário político local do grupo político do presidente da Câmara. "Vou fazer uma pergunta aqui: Quem vocês acham que comprou as vacinas que vieram para Alagoas? Foi o governo do estado, foram os prefeitos? Todas as vacinas de Alagoas foram compradas e entregues pelo governo de vossa excelência. Hoje, temos uma das menores taxas de mortalidade do país e não é por nenhum esforço do governo estadual, que alardeia e faz propaganda, mas pelo esforço do governo federal", alegou.

Por fim, o presidente da Câmara destacou que o Senado "precisa acelerar as suas discussões e que os entendimentos estão sendo feitos para que isso aconteça". Isso, segundo ele, para que em 2022, o povo possa julgar quem merece retornar ao cargo.

“Carta de alforria”

Sobre os títulos de propriedade entregues, o presidente aproveitou para alfinetar indiretamente o PT dizendo que o documento é uma "carta de alforria", e que os que receberam "não serão mais escravizados por quem quer que seja".

O alagoano ex-presidente da República e senador Fernando Collor de Mello elogiou o presidente afirmando que ele é um homem determinado, corajoso e que "enfrenta poderosos onde quer que eles estejam" na defesa do interesse da maioria brasileira.

Horas antes, Bolsonaro desembarcou em Teixeira de Freitas (BA). Durante o evento, foram veiculadas peças com ações locais e frases como: “Não te contaram, mas o governo federal faz muito para melhorar a vida do nosso Nordeste". No discurso na inauguração da Estação Cidadania e entrega de títulos de propriedades rurais, o presidente disse que se pergunta como chegou até aqui e listou problemas como a pandemia, a inflação e a crise hídrica.

Ele voltou a culpar governadores que adotaram medidas restritivas na tentativa de conter casos de covid-19 pela alta dos preços. Bolsonaro pediu que os apoiadores se informem e só reclamem "com razão", antes de criticar o governo.

Na chegada ao aeroporto de Teixeira de Freitas (BA), sem máscara e em meio a aglomeração, o presidente cumprimentou apoiadores com apertos de mão, abraços e tirou selfies. Posteriormente, seguiu desfile de pé em uma picape.

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