Durante depoimento da advogada Bruna Morato, que representa 12 médicos da Prevent Senior, que preferem ficar em sigilo por conta de ameaças e retaliações, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) interrompeu uma fala da profissional para questionar sua presença na CPI. O governista afirmou que a Bruna estaria arrastando uma "denúncia trabalhista". "Quem deveria estar ali eram os médicos e não a advogada. Isso é testemunha por procuração, a CPI não pode prestar esse papel."
Após a interrupção, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) questionou "o nível do governo", por relacionar mortes de pessoas por conta do tratamento precoce e da pandemia com ações trabalhistas. A depoente pediu para que o senador direcionasse as palavras a ela, e afirmou que a tentativa de Marcos Rogério é de “desqualificar a denúncia”.
"Se o senhor desconhece as prerrogativas, eu realmente sinto muito. Essa descompostura, essa deselegância que o senhor tem na tentativa de desqualificar a denúncia, só mostra que você não tem qualquer condição técnica para tentar contestar os fatos. Os fatos são fatos concretos", afirmou a advogada. Rogério rebateu e disse que ela estava agindo como "corregedora'' e questionou o “depoimento de advogado por procuração”. Bruna respondeu: "Meu depoimento está pautado em fatos e documentos comprobatórios que o que estou dizendo tem fundamento e tem prova. Não fosse assim eu não estaria aqui sentada".
O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) também rebateu o senador bolsonarista, ao questionar se ele havia "faltado às aulas de direito penal", e explicou que há dois tipos de testemunhas: direta e indireta.
Posteriormente, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) fez coro à fala de Marcos Rogério e questionou a advogada, que representa 12 médios em um universo de 5 mil. Bruna pediu permissão para responder, mas os senadores preferiram dar continuidade ao depoimento.
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