A fim de evitar um desgaste ainda maior na economia brasileira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tenta reforçar uma imagem de democrata do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O mandatário, que esteve envolvido em discursos inflamados e antidemocráticas no feriado de 7 de Setembro, tem adotado uma postura mais branda, após ficar isolado.
O reflexo do comportamento de Bolsonaro na economia tem sido intenso nos últimos meses. Os ativos econômicos, como o dólar e a bolsa de valores, por exemplo, foram os mais impactados pela postura instável do presidente. No entanto, Guedes tenta contornar a crise. “O presidente sempre joga dentro das quatro linhas. Há um script escrito para colocá-lo no papel de golpista. Ele é um democrata. É um produto da democracia”, disse. “Quem ficou no poder 30 anos não pode descredenciar a democracia porque ela resolveu mudar de rumo”, afirmou o ministro.
Além disso, Guedes disse, novamente, que o governo Bolsonaro foi responsável por “descobrir os invisíveis [informais]” e ajudá-los durante a pandemia da covid-19. “Os mais vulneráveis eram os mais desprotegidos. O presidente foi a casa deles, abraçou cada um, abraçou o povo”, elogiou.
Além de Guedes, Jair Bolsonaro também tenta se justificar em relação à pandemia de covid-19. O Congresso Nacional analisa que o presidente deva fazer uma autocrítica em relação à gestão da crise sanitária no Brasil; reconhecer que houve um atraso na compra de vacina; e uma campanha massiva em relação à importância da imunização e combate às fake news.
Precatórios
O ministro Paulo Guedes corre contra o tempo para aprovar, no Senado, a reforma do Imposto de Renda, e, nas duas Casas, a PEC dos Precatórios. Sem isso, não há como turbinar o Bolsa Família, rebatizado de Auxílio Brasil — uma das principais promessas de campanha de Bolsonaro. “Nós pedimos apoio para que sigamos com o nosso compromisso”, afirmou.
O chefe da equipe econômica também afirmou que solicitou ao Senado a reconsideração da Medida Provisória (MP) 1.045. O projeto, considerado uma minirreforma trabalhista, foi rejeitado pela Casa neste mês, e na prática, criava subempregos, permitindo abertura de vagas sem direitos como 13° salário, FGTS e férias.
As vagas seriam voltadas para jovem com até 29 anos e idosos. O salário também seria menor que o valor mínimo previsto, com remuneração de R$ 550 para uma jornada de 20 horas semanais.
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