O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) abriu a 76ª Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (21/9), em Nova York. Como de costume em todas as assembleias, desde 1947, o representante brasileiro abre o evento.
Com um discurso negacionista diante da pandemia, o presidente voltou a defender o “tratamento precoce” e declarou ser contra um passaporte de vacinação, que já está sendo implementado por diversos países. A imprensa estrangeira repercutiu negativamente as falas do presidente.
No Diário de Notícias, de Portugal, o discurso de Bolsonaro foi classificado como “radical” e a imprensa portuguesa chamou a atenção para o negacionismo da pandemia. "O Presidente do Brasil voltou a defender o tratamento precoce e a atacar o isolamento no combate à pandemia, contradizendo a Organização Mundial da Saúde”, foi a manchete.
No Reino Unido, o The Guardian publicou que Bolsonaro, uma figura polêmica durante a pandemia, se recusou a tomar a vacina e fez propaganda do “tratamento precoce”. O tabloide britânico destacou que o presidente brasileiro disse no discurso que o governo apoiou a vacinação, mas que não vai concordar com um passaporte de vacinas.
A manchete do jornal argentino Clarín destacou que Bolsonaro tentou atingir o ex-presidente Lula ao dizer que o Brasil estava à “beira do socialismo”. Já para o The New York Times, dos Estados Unidos, o discurso foi iniciado pela “defesa do uso de medicamentos ineficazes contra o coronavírus”, além de chamar Bolsonaro de “presidente de extrema-direita”. Além disso, o jornal acrescentou que "Bolsonaro minimizou repetidamente a ameaça que o vírus representava, criticou as medidas de isolamento e foi multado por se recusar a usar máscara na capital."
De acordo com o El País, “havia expectativa de um discurso mais moderado, o que não aconteceu.” Para o jornal espanhol, Bolsonaro foi “fiel a suas posições negativas” ao atacar as medidas de restrição para combater o covid-19.
Já a CNN americana diz que Bolsonaro fez um discurso desafiador, mas isolado. Segundo a reportagem publicada no site, o chefe do Executivo brasileiro apresentou uma versão "muito diferente do país devastado pelo coronavírus".
*Estagiários sob supervisão de Pedro Grigori
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