O presidente Jair Bolsonaro embarcará neste domingo (19/9) para Nova York onde participará da abertura da 76ª sessão da Assembleia-Geral da ONU. O chefe do Executivo levará uma comitiva de 18 pessoas, incluindo a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, ministros e o filho, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Viajam também os ministros Carlos Alberto França (Relações Exteriores), Paulo Guedes (Economia), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional GSI), Joaquim Leite (Meio Ambiente), Anderson Torres (Segurança Pública), Gilson Machado (Turismo), Marcelo Queiroga (Saúde), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral da Presidência); além do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães,
O secretário especial de Assuntos Estratégicos, o almirante Flávio Viana Rocha, também foi confirmado.
O embaixador do Brasil nos EUA, Nestor José Forster, embarcará junto à comitiva com Ronaldo Costa Filho, representante permanente do Brasil junto às Nações Unidas. Bolsonaro também confirmou a presença do advogado Rodrigo de Bittencourt Mudrovitsch, assim como os interpretes Paulo Matao, Claudia Chauvet e Rachel Bezerra.
O Escalão Avançado da Presidência (Escave), que prepara a ida do presidente antes de sua chegada, já está na cidade americana.
No meio da semana, as comitivas estrangeiras que participarão da reunião da ONU receberam a orientação de que todos os participantes precisarão apresentar o comprovante de vacinação contra a covid-19 para participar do evento, que ocorrerá nas instalações em Nova York. No entanto, a exigência não se aplica a chefes de Estado como Bolsonaro, que deverá apresentar um teste PCR negativo em vez do imunizante. Apesar de estar dentro do grupo de risco, aos 66 anos, o chefe do Executivo brasileiro ainda não tomou a vacina.
Já ao circular pela cidade de Nova York, o chefe do Executivo pode ter problemas já que, desde o começo da semana, a prefeitura passou a fiscalizar a regra que exige comprovante de vacinação para entrar na área fechada de bares e restaurantes, por exemplo. Caso contrário, só é possível realizar refeições na área externa.
Live
Nessa quinta-feira (16), durante transmissão da rotineira live semanal, o presidente disse que só irá decidir sobre sua imunização posteriormente. Ele alega que será “o último brasileiro a se vacinar”, para deixar vacinas para quem quiser.
“O que acontece, você toma vacina para quê? Para ter anticorpos. Não é isso? A minha taxa de anticorpos está lá em cima. […] Estou bem, vou tomar a vacina, a CoronaVac, por exemplo, que não vai chegar a essa efetividade? Para quê que eu vou tomar? Todo mundo já tomou vacina no Brasil? Depois que todo mundo tomar, vou decidir meu futuro aí”, declarou.
O ministro Marcelo Queiroga, presente na live, reafirmou que Bolsonaro precisa se vacinar. “Tem que fazer os anticorpos neutralizantes, senhor presidente. O senhor está bem, mas o senhor precisa se vacinar”, rebateu.
Marco temporal
Sobre o assunto que deverá abordar no discurso na ONU, o presidente disse que falará sobre uma possível insegurança alimentar caso o marco temporal seja aprovado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
"O que eu devo falar lá? Algo nessa linha: se o marco temporal for derrubado [pelo STF], se tivermos que demarcar novas terras indígenas, hoje em dia temos aproximadamente 13% do território nacional demarcado como terra indígena já consolidada, caso tenha-se que levar em conta um novo marco temporal, essa área vai dobrar", alegou sem citar a fonte das informações.
"A gente espera que o STF mantenha esse marco temporal lá de trás, de 1988. Para o bem do Brasil e para o bem do mundo também. Tem gente lá fora pressionando por um novo marco temporal, para demarcar mais uma área equivalente à da Alemanha e da Espanha. Vai ter reflexo lá fora também", repetiu.
Verdades
Nesta sexta-feira, a apoiadores, Bolsonaro confirmou que viajará no domingo, mas ironizou a imprensa a cerca dos demais assuntos que deverão ser tratados em sua fala à ONU este ano. "A imprensa quer saber o que eu vou falar lá. Vai descobrir na televisão na terça-feira (21). Agora, não vou mostrar o que é, né, porque vão distorcer", disse rindo.
Em viagem a Arinos (MG), o presidente apontou: "Podem ter certeza, lá teremos verdades, lá teremos realidade sobre o que é o nosso Brasil e sobre o que nós representamos verdadeiramente para o mundo".
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