O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, negou que o presidente Jair Bolsonaro tenha tentado intervir no funcionamento da estatal desde que o general assumiu a chefia da empresa, em abril deste ano.
“Queria aproveitar para afirmar que o presidente Bolsonaro nunca interveio diretamente na empresa neste período em que estou lá. Sua Excelência entregou a empresa a gestores a partir do conselho”, garantiu Silva e Luna, nesta terça-feira (14/9), em comissão geral na Câmara dos Deputados.
Quando decidiu nomear Silva e Luna para o lugar de Roberto Castello Branco, Bolsonaro admitiu que interferiu na empresa. Segundo ele, a atitude foi necessária para frear os reajustes nos preços dos combustíveis promovidos durante a gestão do ex-presidente da Petrobras, Castello Branco. Mesmo com a mudança, a estatal continuou subindo os preços.
Segundo Silva e Luna, “o presidente pode, a qualquer momento, passar qualquer orientação através, exatamente, desse conselho, na hora em que julgar conveniente, sobre diretrizes”, mas destacou que Bolsonaro “tem dado total liberdade para seus diretores, seu presidente e seu conselho trabalharem”.
Silva e Luna elogiou o presidente pela forma como “considera e respeita o seu pessoal, para quem entregou a missão de conduzir o destino da nossa Petrobras”. “Vou seguir com missão que me foi entregue com muito orgulho e consciente de que estou trabalhando pelo meu Brasil. Confio na minha equipe, que trabalha nas diretrizes que recebo”, afirmou.
“Eu sigo no comando da Petrobras, e com muito orgulho, consciente de que ponho a cabeça no travesseiro ao final do dia com a consciência tranquila, muitas vezes com a cama forrada com suor do trabalho do dia”, acrescentou Silva e Luna.
Melhor governança
Durante a comissão geral, Silva e Luna ressaltou que a Petrobras tem uma governança robusta nos dias de hoje, ao contrário de gestões anteriores. “A Petrobras pagou multas por ter tido um passado de governança com erros, mas essa é uma fase que já foi superada. A nossa intenção está sempre olhando para a frente”, disse.
“Todo CEO trabalha com pendência e tendência. Essa pendência está superada. Trabalhamos agora com tendência, olhando para o futuro. Hoje a governança da empresa é robusta. Superamos esse passado e, com muita galhardia, deu-se uma porção muito grande para a empresa e muita confiança”, acrescentou.
Silva e Luna reforçou que o seu compromisso à frente da estatal é o de “fazer a melhor governança, entregar os melhores resultados, em termos de eficiência da empresa, para que, com a forma como nós contribuímos — não gerando desabastecimento e ainda entregando dividendos para o governo, investindo para explorar o pré-sal —, ela possa entregar o melhor de si para os verdadeiros donos, que são os brasileiros, a população”.
“A Petrobras forte faz um Brasil cada vez mais forte”, frisou.
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