Após reunião com as bancadas na Câmara e no Senado, o partido Podemos afirmou nesta quarta-feira (8/9) que descartou apoio a eventuais pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. Em nota, a sigla alegou que um processo do tipo poderá piorar a crise política vivida pelo país.
"A abertura de uma nova crise política, em meio à pandemia do coronavírus, desemprego e crise econômica, só agravaria o sofrimento das camadas mais vulneráveis, que já vivem em situação de extrema dificuldade".
Segundo o partido, o foco do governo deve ser a população brasileira e que as atuais disputas devem ficar para as eleições do próximo ano. "(A legenda) Podemos trabalha para solucionar os problemas da vida real do brasileiro e pacificar o país, e entende que disputas políticas devem ser resolvidas por meio das urnas, nas eleições de 2022".
Por fim, o Podemos justificou que trabalha em um projeto de terceira via, que tem seus próprios nomes para as eleições de 2022 e que seguirá adotando "posição de partido independente, votando no Congresso a favor e contra o governo, sempre que entender necessário, mantendo-se fiel às suas bandeiras, como o combate à corrupção e o fim do foro privilegiado, e vigilante pela preservação das instituições democráticas, rejeitando toda e qualquer bravata autoritária em todos os poderes".
A nota é assinada pela presidente do partido, deputada Renata Abreu, e pelos líderes no Senado, Álvaro Dias, e na Câmara, Igor Timo.
Nas manifestações ocorridas ontem em Brasília e São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro adotou um tom golpista e de ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele destacou que o magistrado Alexandre de Moraes "perdeu as condições mínimas de continuar dentro daquele tribunal". Mandatário também ameaçou: "Não queremos ruptura, não queremos brigar com Poder algum, mas não podemos admitir que uma pessoa coloque em risco a nossa liberdade."
Em São Paulo, voltou a atacar o sistema eleitoral brasileiro, outros integrantes do STF e governadores e prefeitos que tomaram medidas de combate ao coronavírus. "Dizer a vocês que, qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá", conclui na data.
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