14 quarteirões ocupados na Paulista

Correio Braziliense
postado em 08/09/2021 06:00

A Avenida Paulista, no coração de São Paulo, foi o palco escolhido pelos manifestantes a favor de Jair Bolsonaro. Com faixas antidemocráticas e muitas delas propondo inconstitucionalidades — como a defesa de um golpe militar —, os apoiadores verberaram contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso, e pediram ditadura mantendo o atual presidente no comando do país.

Cerca de 14 quarteirões da Paulista foram ocupados, com maior concentração em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) e em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Duas pessoas foram presas por furto de celular, 10 aparelhos foram recuperados, uma pessoa foi ferida por um drone não autorizado, outra foi detida por porte de arma branca e uma terceira por levar sinalizadores e fogos de artifício — que estavam proibidos.

Os bolsonaristas compareceram vestidos com camisetas com nas cores da bandeira do Brasil e da seleção brasileira. A maioria participou do ato sem respeitar as regras de distanciamento social e o uso obrigatório de máscara, determinados pelo governo do estado desde 2020 por conta da pandemia de coronavírus. O governo de São Paulo informou, porém, que fiscalizou o uso da proteção.

Os manifestantes seguravam cartazes com dizeres contra a imprensa, o STF e pediam, entre outras coisas, “o fim do comunismo”. Também houve faixas pedindo a cassação dos ministros do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux e Ricardo Lewandowski.

Logo depois do discurso de Bolsonaro, os manifestantes começaram a se dispersar. Por volta das 18h, a Paulista estava praticamente esvaziada. Não houve registros de violência ou vandalismo, tal como aconteceu nos protestos contra o presidente, em julho. Ao contrário do que foi anunciado pelo governo de São Paulo, praticamente não houve revista dos bolsonaristas pelos policiais militares. Os acessos à Paulista estavam liberados sem barreiras, diferentemente do que ocorreu em outros protestos na cidade. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, houve bloqueios em “pontos estratégicos”.

A pouco mais de quatro quilômetros dali, no Vale do Anhangabaú, houve mais uma edição do Grito dos Excluídos. Os públicos das duas manifestações não se encontraram. A PM não divulgou cálculos da quantidade de pessoas que participaram dos dois atos.

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