MANIFESTAÇÃO

Tradição no 7 de Setembro, Grito dos Excluídos protesta contra autoritarismo

Manifestação completa 27 edições e reúne pautas excluídas pelo governo; este ano, os atos têm tom político e envolveram diversos partidos de esquerda

Rafaela Martins
Cristiane Noberto
postado em 07/09/2021 12:11 / atualizado em 07/09/2021 15:37
Manifestantes lembraram os mortos pela Covid-19 -  (crédito: Carlos Vieira/ CB )
Manifestantes lembraram os mortos pela Covid-19 - (crédito: Carlos Vieira/ CB )

"A rua de Brasília não é só dos fascistas, não é só dos autoritários", bradaram manifestantes que participaram da 27ª edição do Grito dos Excluídos. Por volta das 9h30, eles começaram a chegar à Torre de TV, onde foi marcada a concentração do protesto.

O ato, que também tem o intuito de arrecadar alimentos que serão doados para o acampamento da Marcha da Mulheres Indígenas, e teve baixa adesão.

  • Grito dos excluídos na Torre de TV
    Grito dos excluídos na Torre de TV Carlos Vieira/ CB
  • Grito dos excluídos na Torre de TV
    Grito dos excluídos na Torre de TV Carlos Vieira/ CB
  • Grito dos excluídos na Torre de TV
    Grito dos excluídos na Torre de TV Carlos Vieira/ CB
  • Grito dos excluídos na Torre de TV
    Manifestantes lembraram os mortos pela Covid-19 Carlos Vieira/ CB

Aos gritos, a manifestante Mariana Jacob, 35 anos, roubou a cena no ato dos excluídos. Com uma fantasia que fazia alusão à "prisão da democracia”, ela falou aos quatro cantos da Torre de TV que o verde e o amarelo do Brasil representam o povo. “A democracia está sendo violada todos os dias, a democracia está sufocada, está sangrando, isso é o que o Jair Bolsonaro faz. O que a gente está vivendo é o fascismo se instalando e impondo medo para que as pessoas não saiam às ruas. Eles pregam morte e violência, mas o verde e o amarelo desse país é nosso”, disse.

Caio Godoi, 21, é parte do movimento esquerda diária e afirma que o ato é importante para o combate do fascismo. "Estamos organizados, mas seria muito importante se as centrais sindicais reunissem os trabalhadores e estudantes para resistir contra a direita nas ruas", afirma.

Segundo o deputado Distrital Fábio Félix (PSol-DF), a manifestação tem um caráter simbólico. "Estamos dizendo que a rua em Brasília não é só dos fascistas, não é só dos autoritários. Então, a gente marca uma posição em defesa da democracia e da ocupação do espaço público. Esse grupo violento e barulhento é minoritário. Nós sabemos que existe hoje 68% de rejeição ao governo da gasolina a 7 reais, ao governo que não paga o auxílio emergencial como deveria, então essa é a condição do nosso país hoje e é por isso que estamos na rua”, declarou.

O Grito dos Excluídos é uma tradicional manifestação que ocorre todo dia 7 de Setembro desde 1994, e completa 27 anos em 2021. O ato iniciou na Torre de TV às 9h e, por volta das 11h30, os manifestantes começaram a se dispersar.

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