“Quando um ministro do STF sai da curva, o que acontece com ele?”, questionou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), neste sábado (4/9), na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), em Brasília. Apesar de não citar nomes, a crítica do chefe do Executivo tem como alvo o ministro do Supremo Alexandre de Moraes, que determinou, na sexta (3), a prisão do blogueiro bolsonarista Wellington Macedo e do caminheiro Marcos Antônio Pereira, o Zé Trovão.
“Se um ministro meu, porventura estiver saindo da curva, eu converso com ele e a gente acerta. Quando um deputado federal ou senador está extrapolando, ele vai para o Conselho de Ética. Não estou criticando nenhum dos Poderes. Até eu, aqui no Executivo, todos nós que integramos estas casas, somos seres humanos e estamos todos passíveis de erro, e uma das virtudes é o reconhecimento, voltar atrás, se redirecionar. Mas, infelizmente temos um ministro no Supremo que está dando um tom totalmente errado”, disse.
“Lá todos devem zelar pela Constituição. Este um está contaminando a nossa democracia, está simplesmente ignorando vários incisos do Artigo 5º da Constituição. E está ignorando um outro dispositivo da nossa Constituição que fala sobre liberdade de expressão”, continuou o presidente.
Bolsonaro ainda mencionou pessoas que produzem conteúdos e notícias de direita, como Gustavo Gueia, Rodrigo Constantino, Augusto Nunes e outros. “É um direito meu, ouvi-los e me identificar com muitos deles. Por que querem calar essas vozes?”, perguntou.
"Recado ao STF"
O chefe do Executivo afirmou que o próximo dia 7 será um dos mais importantes e enviará um recado ao STF. “O retrato que nós queremos nesse dia é um retrato de vocês. Uma imagem vale mais que um milhão de palavras. Essa imagem é o nosso passaporte para mostrar àqueles pouquíssimos que ousam brincar com a Constituição Federal, com nossos direitos, e falar: não vai ficar fazendo gracinha, nem prender gente que, segundo eles, extrapolou a liberdade de expressão”, disse.
Bolsonaro destacou que “ninguém irá ao 7 de Setembro para elogiar ou idolatrar político ou parlamentar". "Nós vamos todos juntos falar que com a nossa liberdade, não. Eu jurei dar a minha vida pela pátria, vocês juraram pela liberdade."
Crítica a Barroso
Bolsonaro também não nomeou, mas ainda abordou decisões contra páginas bolsonaristas do ministro do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso.
“Não podemos continuar aceitando que um ministro do TSE, conhecido como um pessoa pacata, de fala mansa. Alguém que nunca vi sendo acusado de nada, de repente, se agiganta e começa a desmonetizar páginas por aí. Se ele pode fazer isso no TSE, os corregedores dos tribunais regionais também poderão fazê-lo. Daqui a pouco vira a casa da mãe joana”, disparou.
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