O presidente Jair Bolsonaro convidou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, a participar da manifestação prevista para o 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, organizada por apoiadores do chefe do Executivo.
Em live na noite desta quinta-feira (2/9), o presidente disse que, assim como Fux, espera respeito à democracia durante o ato. Mais cedo, o ministro fez um discurso no plenário do Supremo frisando que a Corte "aguarda que os cidadãos agirão em suas manifestações com senso de responsabilidade cívica, respeito institucional e cientes das consequências jurídicas de seus atos".
Bolsonaro ironizou as falas do magistrado e induziu que integrantes do próprio STF é que estão desrespeitando a democracia. Mesmo sem citar nomes, ficou claro que o presidente se referia aos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.
"Parabéns, ministro (Fux). Está convidado a participar comigo. É exatamente isso o que nós queremos. o respeito à Constituição, onde, infelizmente, uma ou outra autoridade não está respeitando, em especial o artigo 5º. A liberdade de expressão é uma coisa sagrada e que tem que ser respeitada. Não pode um de nós aqui em Brasília, ou dois, de repente (dizer): "O que você está falando não é verdade e você vai ser censurado, ou vai ser preso". Não pode acontecer", ponderou.
O presidente reclamou das decisões tomadas por Moraes no âmbito do inquérito que investiga a produção de notícias falsas e ofensas contra ministros do STF, como a prisão de pessoas que apoiam Bolsonaro e o cumprimento de mandados de busca e apreensão, e também criticou o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Luis Felipe Salomão, por determinar que plataformas digitais suspendessem repasses financeiros a páginas que propagam desinformação.
Segundo Bolsonaro, a manifestação da próxima semana será um recado da população de quem não concorda mais com esse tipo de atitude. "O que vai acontecer no dia 7 vai ser uma manifestação nunca vista no Brasil e todos nós temos que entender o que o povo está querendo. Agora, eu espero que uma ou duas pessoas mudem seu comportamento depois desse movimento. Porque se não mudar, fica difícil essa convivência, como disse o ministro Fux", comentou.
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