Corrida eleitoral

Lula adia visita a Minas, e PT quer ter pré-candidato ao governo do estado

Estafe do ex-presidente pediu a apresentação de novas datas para a caravana, prevista para este mês

Guilherme Peixoto - Estado de Minas
postado em 01/09/2021 18:46 / atualizado em 01/09/2021 18:47
 (crédito: Túlio Santos/EM/D.A Press)
(crédito: Túlio Santos/EM/D.A Press)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), adiou a caravana que faria por Minas Gerais neste mês. O périplo ocorreria entre os próximos dias 15 e 18 de setembro. A Executiva petista no estado já trabalha para construir um novo calendário. Os dirigentes não pretendem protelar a divulgação das datas, mas aguardam sinal verde da equipe de Lula. Paralelamente, o partido pensa em nomes para ocupar a pré-candidatura ao governo.

O adiamento atende pleito do estafe do ex-presidente. O convite para uma viagem internacional está entre os fatores que podem ter "embolado" a agenda de Lula. Segundo o deputado estadual Cristiano Silveira, que preside o PT mineiro, o próximo destino de Lula em solo brasileiro será o estado.

"A disposição do presidente em vir a Minas, e Minas ser seu próximo destino, está garantida", disse ele, ao Estado de Minas.

Lula tem cumprido uma série de compromissos Brasil afora. Já houve, por exemplo, passagem pelo Nordeste. Antes do adiamento, a proposta do PT de Minas Gerais era que o ex-presidente iniciasse a viagem por Juiz de Fora, na Zona da Mata, onde a petista Margarida Salomão é a prefeita.

Para suceder a agenda de abertura, estavam em pauta um encontro com a correligionária Marília Campos, prefeita de Contagem, e uma ida a Montes Claros, no Norte de Minas. A caravana seria fechada em Belo Horizonte, com atividades junto a movimentos sociais. Nos planos, ainda, um encontro com o presidente da Assembleia Legislativa, Agostinho Patrus (PV), e outros deputados estaduais e federais.

O ex-presidente é líder nas mais recentes pesquisas de intenção de voto. Na semana retrasada, levantamento da XP/Ipespe mostrou que, em eventual segundo turno, Lula tem 51%, ante 32% de Jair Bolsonaro (sem partido), atual chefe do poder Executivo federal.

Em 2017, quando percorreu cidades de Minas Gerais em um ônibus, Lula encerrou o périplo com um ato na Praça da Estação, em Belo Horizonte. À época, o pronunciamento foi marcado por críticas às reformas do então presidente da República, Michel Temer (MDB).

 

Entenda o cenário do PT mineiro

 

O debate interno em torno da definição dos rumos do PT mineira na eleição de 2022 passa, prioritariamente, pela definição de um nome para a pré-candidatura ao Palácio Tiradentes. Discussões do tipo têm ocorrido, segundo apurou o EM. Apesar disso, eventual composição em prol de chapa encabeçada por outra legenda não está descartada.

"O PT caminha, prioritariamente, para a candidatura própria, mas não descarta uma composição com alguma liderança do campo progressista que leve em consideração o projeto nacional", sustentou Cristiano Silveira.

O deputado federal Reginaldo Lopes é um dos nomes lembrados pelas pesquisas sobre a disputa ao governo. Internamente, no entanto, a avaliação é que ele tem mais força se participar da corrida ao Senado Federal. Reginaldo já é pré-candidato a senador.

Romeu Zema (Novo), que tentará a reeleição, tem o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), como iminente adversário. No domingo, Kalil esteve com Marília Campos para celebrar a oficialização de uma parceria entre Contagem e a capital mineira. Ao tratar de temas eleitorais, no entanto, ela deixou hipotético apoio a Kalil nas mãos de PT e PSD.

"Acho Kalil um bom prefeito, mas a discussão (sobre apoiá-lo em 2022) temos que aguardar um pouco para ver como vão ser as negociações entre os partidos", observou.

 

A situação de Lula

 

Lula está livre desde novembro de 2019, quando deixou a carceragem da Polícia Federal, em Curitiba (PR). Ele havia sido condenado pelo ex-juiz Sergio Moro no caso do Triplex do Guarujá (SP). Em junho deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu tornar o Moro parcial no que tange à condenação. As medidas tomadas pelo ex-juiz no caso foram anuladas. Em abril, o processo havia sido transferido à Justiça Federal de Brasília.

No último pleito presidencial, o PT foi representado por Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação. O petista foi ao segundo turno, etapa na qual recebeu 47.040.906 votos (44,87%) e foi derrotado por Jair Bolsonaro, o escolhido por 57.797.847 (55,13%).

 

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