O presidente Jair Bolsonaro alfinetou nesta quarta-feira (01/09) seus desafetos políticos. Durante discurso na cerimônia de entrega da Medalha Mérito Desportivo Militar, no Rio de Janeiro, onde atletas medalhistas das olimpíadas de Tóquio foram homenageados, assim como atletas militares, o mandatário citou o cardeal-arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, presente no evento, afirmando que o padre tinha uma "missão difícil" de "salvar certas almas no Brasil. "A gente chama [o padre] de nosso último advogado. Missão difícil de salvar certas almas aqui no Brasil", disparou.
O mandatário passa por mais uma crise com o Judiciário criada por ele próprio após sucessivos ataques, reforçada pelo pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes que foi rejeitado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
Ainda em referência à sua política armamentista, o chefe do Executivo disse que "com flores não se ganha a guerra. Se você fala em armamento... Se você quer paz, se prepare para a guerra", completou.
Bolsonaro também contou histórias de quando participava de atividades desportivas no Exército. Em um dos relatos, ocorrido em 1980, no Rio, o mandatário disse que tinha uma mania que consistia em não lavar as calças e o abrigo usados após atividades de pentatlo militar.
"Passou aqui, neste centro de formação. Atleta tem suas manias e eu tinha a minha. Quando ia fazer pista de pentatlo militar, usava o mesmo abrigo e mesma calça de instrução. Com detalhe, eu nunca havia lavado aquelas duas calças. Não podia lavar. E descia para o café da manhã com aquela roupa se alguém me visse sentado ia jogar uma moedinha no meu colo, mas estava pronto para fazer a prova, eis que aparece um almirante, de branco, fardado, impecável e vê quase um mendigo como eu ali embaixo ele me deu uma bronca tão grande que estou molhado até hoje", disse rindo aos atletas.
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