RIO DE JANEIRO

No Rio, Bolsonaro participa de entrega de Medalha Mérito Desportivo Militar a medalhistas de Tóquio

Nas olimpíadas, Ana Marcela, da maratona aquática levou ouro, assim como Hebert Conceição, do boxe. Beatriz Ferreira, também do boxe, ficou com a medalha de prata. Daniel Cargnin, do judô, e Abner Ferreira, do boxe, que ganharam o bronze. Eles foram agraciados na solenidade.

Ingrid Soares
postado em 01/09/2021 12:43 / atualizado em 01/09/2021 14:24
 (crédito: Reprodução / Tv Brasil)
(crédito: Reprodução / Tv Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro participou nesta quarta-feira (1°) da cerimônia de entrega da Medalha Mérito Desportivo Militar, no Rio de Janeiro. No evento, atletas medalhistas das olimpíadas de Tóquio foram homenageados, assim como atletas militares. O mandatário chegou ao local sem máscara.

Nas olimpíadas, Ana Marcela, da maratona aquática levou ouro, assim como Hebert Conceição, do boxe. Beatriz Ferreira, também do boxe, ficou com a medalha de prata. Daniel Cargnin, do judô, e Abner Ferreira, do boxe, que ganharam o bronze. Eles foram agraciados na solenidade.

O chefe do Executivo contou duas histórias de quando participava de atividades desportivas no Exército. Ele afirmou ter corrido descalço por ruas de paralelepípedo em Eldorado Paulista para uma competição, de onde saiu vencedor.

"Em 79, fui na minha cidade, era segundo tenente do exército brasileiro e chegando lá tinha uma prova de dez voltas na praça, aproximadamente 700 m cada volta. Eu cheguei para ficar 2 dias e não fui preparado para nenhuma atividade desportiva, me desafiaram para uma atividade. Era aniversário da cidade. Resolvi correr na praça, mas com um detalhe: em volta da praça era paralelepípedo. Eu não tinha tênis e resolvi correr descalço. Enfrentei o desafio e, quando faltavam aproximadamente 400 m, tinha um cara na minha frente, 50 metros, da cidade, e eu dei um sprint no paralelepípedo que só nós sabemos de onde vem a força e ganhei a prova. Para mim aquilo era uma olimpíada", alegou.

O outro relato, apontou, ocorreu em 1980, no Rio. Segundo Bolsonaro, ele tinha uma mania na qual consistia em usar calças sujas durante atividades de pentatlo militar.

"Passou aqui, neste centro de formação. Atleta tem suas manias e eu tinha a minha. Quando ia fazer pista de pentatlo militar, usava o mesmo abrigo e mesma calça de instrução. Com detalhe, eu nunca havia lavado aquelas duas calças. Não podia lavar. E descia para o café da manhã com aquela roupa se alguém me visse sentado ia jogar uma moedinha no meu colo, mas estava pronto para fazer a prova, eis que aparece um almirante de branco fardado impecável e vê quase um mendigo como eu ali embaixo ele me deu uma bronca tão grande que estou molhado até hoje", disse rindo.

"Se puder descobrir quem era o comandante em 80, eu agradeço. Boas recordações", completou.

O presidente também voltou a colocar a culpa da inflação nos governadores, afirmando que os mesmos obrigaram a população a não trabalhar.

"Desde o primeiro dia da pandemia, nunca deixei de estar no meio do povo. Sempre criticado pela mídia: "sem máscara". Mas quem obrigou 38 milhões de trabalhadores informais a ficar dentro de casa. Eu tinha que saber como eles se sentiam e busquei uma solução com o presidente da Caixa e resolvemos o auxílio emergencial".

Ao cardeal-arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, o mandatário disse que o padre tinha uma "missão difícil" e aproveitou para alfinetar desafetos políticos. "A gente chama [o padre] de nosso último advogado. Missão difícil de salvar certas almas aqui no Brasil".

"Com flores não se ganha a guerra. Se você fala em armamento... Quem quer paz, se prepare para a guerra", completou.

Também estiveram presentes na cerimônia o ministro da Defesa, Walter Braga Netto e o ministro do GSI, Augusto Heleno. A previsão é de que Bolsonaro retorne para Brasília no meio da tarde.

Mais cedo, antes de desembarcar no Rio, o presidente passou por exames de rotina no posto médico do Planalto. Ele chegou ao local às 7h, onde permaneceu por cerca de 40 minutos. O médico, Dr. Camarinha acompanhou Bolsonaro na viagem.

Ontem, sem agenda oficial à tarde, o presidente participou de uma motociata em Uberlândia, Minas Gerais. Ele andou a cavalo empunhando um mastro com a bandeira do Brasil. Em meio à cavalgada, o mandatário se encontrou com apoiadores que o presentearam com um troféu. Na chegada à cidade, ao som de "mito" e sem máscara, ele cumprimentou bolsonaristas com apertos de mãos, tirou selfies e pegou crianças no colo.

O presidente também disse que o próximo dia 7 de setembro "nunca foi tão importante" para a população brasileira, defendeu que mudará o destino do Brasil, que "não empunhará uma espada para cima", "mas que temos outro 7 de setembro pela frente" referindo-se indiretamente a uma nova chance de independência.

Em um palanque, que tocava ao fundo seu jingle de campanha de 2018, o mandatário convocou a população para participar dos atos pró-governo que ocorrerão no dia 7 de Setembro. Bolsonaro disse ainda que, no dia da Independência, "será a hora do país se tornar independente para valer" e atacou indiretamente o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dizendo não aceitar que "uma ou outra pessoa imponha sua vontade".

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