O senador Alessandro Vieira (SE), líder do Cidadania no Senado e presença constante da CPI da Covid, é o mais novo pré-candidato à Presidência da República, em 2022. Ele se junta ao presidente Jair Bolsonaro e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa e pretende correr pela via do centro e se tornar uma alternativa ao eleitor que rejeita os dois extremos colocados até agora.
Vieira explicou que utilizará na sua pré-campanha o meio digital, por conta das dificuldades da pandemia e da urgência, na sua opinião, sobre o tema. Segundo o Cidadania, a decisão já vinha sendo considerada e ganhou força com o estímulo de políticos próximos e da própria família.
O senador também resolveu lançar o próprio nome por crer que seu partido “está ficando para trás no processo de construção da terceira via e, consequentemente, no engajamento de quadros e possíveis candidatos nas esferas estaduais e federal”.
“É nesse sentido que estou colocando meu nome à disposição do Cidadania como pré-candidato à presidência da República. Essa decisão não é expressão de um desejo particular ou sonho pessoal — sinceramente, não acredito em construções personalistas. Não sou representado pela permanência de Bolsonaro no poder ou pelo retorno de Lula. Sei que milhões de brasileiros têm o mesmo sentimento”, explicou.
Vieira ganhou projeção como um dos mais incisivos da CPI — cujo requerimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), em parceria com o senador Fabiano Contarato (Rede-ES), obrigou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a instalar o colegiado. Várias vezes foi elogiado pela assertividade, obtida por uma carreira como delegado da Polícia Civil de Sergipe.
Foi eleito em 2018 na esteira dos movimentos renovação do Congresso e já admitiu ter votado no presidente Jair Bolsonaro — do qual tornou-se severo crítico, sobretudo pela condução da pandemia.
Segundo a senadora Leila Barros (DF), integrante do Cidadania como ele e representa a bancada feminina na CPI, Vieira “é um político sério, correto e defende posições ponderadas e equilibradas. Tem se destacado e demonstrado sua competência na CPI da Covid. É, sem dúvida, um bom nome ,que vejo com bons olhos”.
O deputado Daniel Coelho (PE), correligionário do senador, disse que Vieira é um nome com muita qualidade. “Vida limpa, ilibada e sem rabo preso deviam ser pré-requisitos para todos os candidatos. Alessandro é excelente nome, vida limpa e mandato produtivo.”
Para outro correligionário, o deputado Rubens Bueno (PR), o senador tem todas as credenciais para se tornar uma terceira via. “A população brasileira está cansada dessa disputa entre os extremos, dessa radicalização entre esquerda e direita. Nós, do Cidadania, não podemos nos furtar de apresentar uma alternativa para a sociedade. E temos a certeza que o trabalho apresentado no Senado por Alessandro Vieira o credencia entre os nomes mais fortes para a disputa de 2022.”
Para a deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF), é importante que a disputa eleitoral tenha candidatos que priorizem a transparência. “Entendo que essa deve ser a diretriz de qualquer postulante à Presidência”, disse.
O Correio procurou o presidente do Cidadania, Roberto Freire, e a senadora Eliziane Gama (MA), correligionária e que, como Vieira, tem se destacado na CPI da Covid, para ouvi-los sobre a candidatura. Mas eles, até o fechamento desta edição, não se manifestaram.