INVESTIGAÇÃO

YouTube começa a suspender pagamentos de canais que espalham fake news

Polícia Federal identificou engenharia supostamente criminosa que, segundo as investigações, transformou em negócio a divulgação de mentiras sobre as urnas brasileira. Dinheiro ficará retido em conta judicial

O YouTube começou a suspender os pagamentos de monetização a canais bolsonaristas, nesta quinta-feira (26/8). A medida atende a decisão do ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis Felipe Salomão, a pedido da delegada Denisse Dias Ribeiro, da Polícia Federal. Eles se reuniram com representantes das redes para pedir o bloqueio de repasses de dinheiro às plataformas digitais envolvidas na divulgação de notícias falsas. Cerca 25 canais apagaram ou tornaram privados 263 vídeos com ataques ao sistema eleitoral no país.

A Polícia Federal detectou uma engenharia supostamente criminosa que, segundo as investigações, transformou em negócio a divulgação de mentiras sobre as urnas. A corporação fez análise dentro do documento do TSE que apura os ataques sem provas feitos pelo presidente Jair Bolsonaro.

No despacho, Salomão afirma que “o direito de crítica, de protesto, de discordância e de livre circulação de ideias, embora inseparável do regime democrático, encontra limitações, por exemplo, na divulgação de informações e dados enviesados ou falsos, ou, ainda, no que se convencionou denominar como desinformação”.

Segundo os investigadores da PF, quanto mais se ataca o sistema eleitoral, mais proveito econômico os envolvidos podem ter. A verba que as redes sociais repassam vai ficar em uma conta judicial até o final das investigações. No entanto, os canais devem continuar no ar. Além de restringir a fonte de financiamento, a investigação pretende descobrir quem está por trás da divulgação em massa de fake news.

Os valores que seriam transferidos aos donos dos canais ficarão depositados em uma conta judicial até que a investigação seja concluída.