IMPEACHMENT

Bolsonaro critica Pacheco por rejeitar impeachment de Moraes: 'Agiu diferente do que no passado'

O mandatário comparou a situação com o caso anterior apresentado ao parlamentar de pedido de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid, determinação feita pelo ministro do STF, ministro Luís Roberto Barroso. E relatou que está "praticamente sozinho"

O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta quinta-feira (26/08) o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), após decisão de rejeitar o pedido de impeachment provocado por ele contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O mandatário comparou a situação com o caso anterior apresentado ao parlamentar de pedido de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid. A determinação da instalação da CPI foi do ministro Luís Roberto Barroso para apuração de eventuais ações e omissões do governo federal no combate à pandemia. As declarações ocorreram durante entrevista à Radio Jornal, de Pernambuco.

"Os Poderes são independentes. Eu entrei com a ação para com o intuito de que o processo fosse avante. Nem vou dizer cassar, ou não, o ministro Alexandre de Moraes. O presidente do Senado, o senhor Pacheco, ele entendeu e acolheu uma decisão da sua advocacia, advocacia lá do Senado. Agora, quando chegou uma ordem do ministro Barroso para abrir uma ordem da CPI da Covid, ele mandou abrir e ponto final. Ele agiu de maneira diferente de como agiu no passado", alegou.

"A gente lamenta a posição do senhor Pacheco no dia de ontem, mas nós continuaremos aqui no limite, dentro das quatro linhas, para buscar garantir a liberdade para o nosso povo".

O chefe do Executivo disse ainda estar "praticamente sozinho" e voltou a tecer ataques a Moraes, afirmando que o mesmo ignora a Constituição. "Vocês sabem que nessa briga eu estou praticamente sozinho. O que são as acusações contra o senhor Alexandre de Moraes? Ele simplesmente ignora a Constituição Federal. Ele desconhece e ignora vários incisos do artigo 5º. Ele ignora o direito de ir e vir, a liberdade de expressão. Ele ignora tudo isso aí. Ele abriu o Inquérito das Fake News e as fake news nem estão tipificadas no Código Penal e simplesmente começa a investigar qualquer um", acrescentou, citando a prisão de aliados como a do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), a do presidente do PTB, Roberto Jefferson e a do blogueiro Oswaldo Eustáquio.

"A nossa Constituição é bem clara. A sua liberdade de expressão, se você extrapola, qualquer um entra na Justiça vai pedir danos morais, ressarcimento, seja lá o que for. Nunca prender as pessoas", reclamou.

Na noite de ontem, Bolsonaro postou o trecho de um vídeo de uma live datada de abril nas redes sociais. Na publicação, o presidente afirma saber onde está o "câncer do Brasil" e relata que "sabe o que tem que fazer". Ele destacou ainda que "há como ganhar essa guerra", caso a população esteja munida de informação. Embora não tenha citado nomes, a postagem foi vista como uma resposta indireta aos poderes.

Na decisão, o presidente do Senado destacou que a denúncia carece de "justa causa" e "tipicidade", completando acreditar que a decisão possa constituir um "marco de reestabelecimento das relações entre os poderes e de pacificação".