Durante uma solenidade em alusão ao Dia do Soldado, nesta quarta-feira (25/8), o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira, disse que os militares devem ter “o compromisso com os valores mais nobres da Pátria e da sociedade brasileira nos anseios por tranquilidade, estabilidade e desenvolvimento”.
As declarações vêm na esteira de especulações de que as Forças Armadas apoiariam uma ruptura institucional nas eleições de 2022. O presidente Jair Bolsonaro tem defendido o fim das urnas eletrônicas, o que parece ser endossado pelas Forças Armadas. Por mais de uma vez nas últimas semanas, o chefe do Executivo se classificou às Forças como um "poder moderador". Além disso, frisou que elas devem "apoio total às decisões do presidente para o bem da sua nação".
Uma proposta para instituir o voto impresso foi analisada pelo plenário da Câmara neste mês, mas acabou rejeitada. Antes disso, contudo, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, chegou a pressionar o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), pela aprovação da matéria, sob a ameaça de não aceitar eleições no ano que vem caso não houver o voto impresso. No dia em que a Câmara deliberou sobre o projeto, a Marinha promoveu um desfile de tanques na Esplanada dos Ministérios, o que foi analisado por parlamentares como uma intimidação por parte de Bolsonaro.
Diante desses episódios, aliados do comandante do Exército analisaram que o militar tentou usar um tom mais neutro e conciliatório no discurso desta quarta. Ao lado dele, além de Bolsonaro, estavam Lira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
Paulo Sérgio também pediu aos integrantes das Forças Armadas que mantenham a fé no Exército e nos princípios da nacionalidade e que eles sejam “inspiradores de paz, união, liberdade, democracia, justiça, ordem e progresso”. "As Forças estão prontas para cumprir sua missão", frisou.