CPI da Covid

Catori nega à CPI irregularidades na negociação da vacina Convidecia

Sócio da Balcher Farmacêutica afirmou em depoimento nesta terça-feira (24/8) que Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, não participou das tratativas para a compra do imunizante do laboratório chinês CanSino

Sócio da Balcher Farmacêutica, o empresário Emanuel Ramalho Catori foi ouvido nessa terça-feira (24/8), na CPI da Covid. Em depoimento, ele afirmou que Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, não participou de negociações para a compra da vacina Convidecia, do laboratório chinês CanSino. Segundo ele, a reunião, reservada em nome do deputado, no dia 15 de abril, com Marcelo Queiroga ocorreu para tratar com a pasta sobre o medicamento antiviral Faviparavir.

Ao ser questionado sobre o motivo do encontro não ser agendado diretamente pela sua empresa, Catori explicou que era uma reunião da Frente Parlamentar da Indústria Pública de Medicamentos, liderada por Barros. Desde o ano passado, a Belcher Farmacêutica realiza negociações com o governo federal, e, segundo seu sócio, a pandemia gerou essa demanda. “Nós fomos atrás para tentar ajudar a população”, alegou Catori.

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) aproveitou para lembrar sobre a emissão de uma Carta de Intenções enviada pelo Ministério da Saúde à empresa para compra da vacina — que levou de sete a oito dias —, enquanto que a resposta para a Pfizer teria demorado por volta de um ano.

Em seu depoimento, o empresário afirma que a primeira reunião para tratar sobre o tema ocorreu no dia 20 de maio, presencialmente, com o secretário-executivo Rodrigo Cruz, seguidas de mais duas reuniões remotas, todas registradas por e-mail. Porém, o nome citado por Catori não era autorizado para esse tipo de negociação e foi contestado pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM).

Outra informação não dita por Catori foi sobre qual seria a parcela dada à Belcher no contrato de compra dos 60 milhões de doses da Convidecia, que estava em negociação, mas que, segundo o empresário, não foi efetivado.

Catori obteve no Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de se isentar de responder a perguntas que possam incriminá-lo.

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