Alvo de busca e apreensão da Polícia Federal nesta sexta-feira (20/8), o deputado Otoni de Paula (PSC-RJ) gravou um vídeo fazendo ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a ação a pedido do Ministério Público.
Em um material de 10 minutos publicados nas redes sociais, o pastor disse que não irá recuar diante das ações do STF. “Não vou recuar um milímetro. Dentro do que a democracia e a Constituição me permitem, este deputado federal, cidadão brasileiro, investido da autoridade parlamentar, não vai recuar. Se alguém pensa que eu vou deixar de falar o que penso, deixar de ter a mesma postura que tenho, eu não vou deixar de ter”, reiterou.
Otoni relatou que os agentes da PF que foram à sua residência na manhã desta sexta levaram aparelhos eletrônicos. “Estou com roupa de dormir e cara amarrotada, despenteado. Estou assim porque a Polícia Federal acabou de sair da minha casa”, disse o congressista. “Não acharam dinheiro porque eu não tenho”, afirmou.
O deputado também fez ataques ao ministro Alexandre de Moraes, a quem chamou de “tirano” com comportamentos ditatoriais. “Que vergonha, ministro, que postura antidemocrática que vossa excelência tem tido”, pontuou.
Sérgio Reis, cantor e ex-deputado federal, também alvo da operação, não havia se pronunciado até a publicação desta reportagem, mas declarou na última semana que não tinha medo de ser preso.
Busca e apreensão
A Polícia Federal cumpriu, nesta sexta-feira mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo contra o deputado federal Otoni de Paula e o cantor Sérgio Reis. A ação investiga incitação a atos violentos e ameaçadores contra a democracia.
Reis atacou o STF na última quarta-feira (18) e disse que não era “frouxo” para temer ser preso. A declaração veio dias após um vídeo gravado por ele viralizar. No material, o cantor aparece convocando caminhoneiros para realizarem paralisações em todo o Brasil para pressionar o Supremo, dias antes do feriado de 7 de Setembro.
Ao todo, 13 mandados foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes e atendem a um pedido da subprocuradora Lindôra Araújo, da Procuradoria-Geral da República (PGR). O gabinete do deputado Otoni de Paula também foi alvo das buscas.