EMERGÊNCIA HUMANITÁRIA

Aécio pede a ministros que Brasil emita vistos para acolher afegãos que fogem do Talibã

Deputado mineiro, presidente da Comissão de Relações Exteriores, defende agilização de processo para a entrada temporária de refugiados em solo brasileiro

O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara Federal, pediu ao governo federal que o Brasil engrosse os esforços internacionais para acolher cidadãos do Afeganistão. Em ofício encaminhado nesta terça-feira (17/8) aos ministérios da Justiça e Segurança Pública e das Relações Exteriores, o tucano solicitou que o país passe a emitir vistos temporários aos refugiados.

A nação asiática enfrenta insurgência interna após o grupo radical Talibã, deposto em 2001, retomar o poder. Ante a crise no Afeganistão, Aécio defende que o Brasil estabeleça mecanismos para dar abrigo, sobretudo, a crianças e mulheres - especialmente afetadas pela interpretação extremista que os talibãs fazem da sharia, a lei islâmica.

A elaboração de portaria para regular os vistos emergenciais depende de texto editado em conjunto por três ministérios. Por isso, o deputado mineiro enviou solicitações a Anderson Torres, da Justiça, e Carlos França, das Relações Exteriores. O Ministério do Trabalho também precisa participar da edição do documento.

A ideia é repetir a acolhida dada pelo Brasil quando estouraram crises humanitárias na Síria e no Haiti. Para amparar os afegãos, Aécio propõe que as embaixadas brasileiras em Teerã, capital do Irã, e Islamabad, capital do Paquistão, passem a emitir vistos temporários. As duas cidades são as mais procuradas pelos refugiados.

"Não podemos nos omitir, como nação, diante das cenas de desespero da população afegã que estão chocando o mundo e podem significar, lamentavelmente, o prenúncio de grandes e novas violências contra a população civil", diz ele em trecho do ofício encaminhado à Esplanada dos Ministérios.
Os extremistas estiveram no poder afegão entre 1996 e 2001. No domingo (15), os fundamentalistas tomaram a capital do país, Cabul. O antigo presidente da nação, Ashraf Ghani, fugiu para o Tajiquistão.

 

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