O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse, nesta segunda-feira (9/8), que conversou com o presidente Jair Bolsonaro sobre o destino da PEC do voto impresso. O parlamentar afirmou ter falado sobre a decisão de levar a proposta para votação no Plenário e que recebeu do chefe do governo a garantia de que ele respeitará a decisão dos deputados.
“Sobre o resultado do plenário, nossa expectativa é de que os Poderes acatem com naturalidade e respeitem”, pontuou Lira, durante entrevista à rádio CBN. “O presidente Bolsonaro me garantiu que respeitaria o resultado”, acrescentou. Segundo ele, a PEC deve ser votada ainda nesta semana, na terça-feira (10) ou na quarta (11), e a expectativa é de derrota da proposta, que é defendida por Bolsonaro.
“Temos uma média de 15 ou 16 partidos contrários ao voto impresso. Acho que as chances de aprovação podem ser poucas”, declarou o presidente da Câmara.
Na última sexta-feira (6), Lira anunciou que levaria a PEC ao Plenário da Casa, mesmo depois de a proposta ter sido rejeitada, na véspera, pela comissão especial encarregada de emitir um parecer sobre o assunto.
O deputado disse que a decisão de levar a PEC ao Plenário busca pacificar as eleições de 2022, após Bolsonaro afirmar que o pleito não acontecerá caso o Congresso não aprove o voto impresso. Além disso, o presidente também reforçou os ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que defendem a segurança das urnas eletrônicas e a lisura do processo eleitoral brasileiro.
Como se trata de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), para a mudança ser aprovada, é preciso o apoio de 308 dos 513 deputados em dois turnos de votação e, posteriormente, também em duas rodadas, os votos de 49 dos 81 senadores.