O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (9/8) que o projeto de voto impresso do governo deverá sofrer derrota na Câmara e acusou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso: “Apavorou alguns parlamentares”.
O mandatário lembrou que a proposta será reenviada ao plenário por pedido do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). "Vai, mas se não tiver uma negociação antes, um acordo, vai ser derrotada a proposta porque o ministro Barroso apavorou alguns parlamentares. E tem parlamentar que deve alguma coisa na Justiça, que deve no Supremo, né. Então, o Barroso apavorou. Ele foi para dentro do Parlamento fazer reuniões com lideranças e praticamente exigindo que o Congresso não aprovasse o voto impresso", justificou.
O mandatário ainda reclamou que a Suprema Corte declarou inconstitucional o voto impresso em 2017. “Deixo bem claro: em três outros três momentos na história, nós aprovamos o voto impresso aqui em Brasília. A última questão, em 2017, comigo, foi quase uma unanimidade, depois o Supremo, sempre o Supremo, disse que era inconstitucional realmente não tem cabimento isso que o Supremo fez”.
Por fim, voltou a tecer ataques ao magistrado: "Barroso é um mentiroso, disse que é a volta do voto em papel, mas não é, é apenas a impressão dos votos". "É desarmamentista, é trotskista. Ele é tudo o que não interessa ao estado democrático", concluiu.
Indicativo
No último dia 6, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que a proposta de emenda à Constituição (PEC) que quer instituir o voto impresso nas eleições do país já em 2022 não deve ser aprovada pelo parlamento. No entendimento de Pacheco, a decisão da comissão especial de não aprovar o texto é um indicativo do que deve acontecer quando a PEC for ao plenário da Câmara. O substitutivo à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 135, do voto impresso, foi derrotado por 23 votos a 11 na comissão especial da Câmara dos Deputados.
Bolsonaro tem dirigido ofensas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e dito que não haverá eleições em 2022 caso o Congresso não aprove a PEC do voto impresso.