O presidente Jair Bolsonaro repetiu críticas ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, nesta quarta-feira (4/8). O mandatário alegou que o magistrado está tentando derrubar o projeto do voto impresso do governo “na canetada”, o que caracterizou como uma "questão pessoal".
“O senhor Barroso, obviamente, a questão dele é pessoal comigo e ele não vai ganhar na canetada. Não estamos brigando para dizer quem é mais homem ou quem não é mais homem. É para termos a certeza de quem o povo votou, o voto vai exatamente para aquela pessoa”, apontou em entrevista à Rádio 96 FM, do Rio Grande do Norte.
O chefe do Executivo ainda acusou Barroso de causar “tumulto” na discussão sobre o voto impresso. “Quem está ocasionando esse tumulto todo é o ministro Barroso do TSE. Ninguém consegue entender porque ele não quer o voto impresso ao lado da urna eletrônica”, acrescentou.
Indiretamente, Bolsonaro afirmou que o magistrado foi "um dos" que favoreceram a saída do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da cadeia.
“Ele foi um dos que ajudou a tirar o cara da cadeira, o tornou elegível, e todo mundo desconfia que é para elegê-lo dentro da sala escura, lá do TSE. Não podemos admitir isso. Temos dois laudos da PF dizendo que as urnas não são confiáveis e precisam de um mecanismo para que o voto seja contado de verdade, só isso que queremos”, concluiu.
Durante live na última quinta-feira (29/7), o presidente afirmou que apresentaria comprovação de fraude nas eleições. No entanto, ele próprio assumiu que "não tinha como se comprovar que as eleições não foram ou foram fraudadas".
Sistema eleitoral
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 25 anos de existência, nunca houve fraude comprovada nas urnas eletrônicas. Além disso, após o voto, no momento em que os arquivos são gravados, o resultado é tornado público pela impressão do Boletim de Urna (BU) na própria seção eleitoral. Logo, qualquer tentativa de manipulação dos conteúdos gravados nas mídias ficaria rapidamente evidenciada pela assinatura digital inválida ou pelas discrepâncias com o BU impresso. Com esse comprovante, emitido e publicado no final do pleito em cada seção eleitoral, é possível conferir os resultados, inclusive comparando com o que é divulgado pela Justiça Eleitoral na internet.
No dia 31, 11 partidos protocolaram uma requisição no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) , cobrando que o mandatário preste esclarecimentos e apresente provas sobre as acusações de supostas fraudes. O documento foi enviado ao corregedor-geral eleitoral do Tribunal, o ministro Luís Felipe Salomão. Assinam o pedido o Partido dos Trabalhadores, Solidariedade, MDB, PDT, PSDB, PSOL, REDE, Cidadania, PV, PSTU e PCdoB.