CRISE

Após ameaçarem deixar a Febraban, Câmara quer ouvir Guedes, Banco do Brasil e Caixa

Comissão vai apresentar requerimento nesta segunda-feira (30/8). Fiesp articula um manifesto para pedir pacificação entre os Poderes. Febraban está entre as entidades que assinaram o documento

Luana Patriolino
postado em 29/08/2021 21:37 / atualizado em 29/08/2021 21:46

A Comissão Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara quer ouvir o ministro da Economia, Paulo Guedes, e os presidentes do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, após as estatais ameaçarem deixar a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). O deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), presidente da comissão, disse que vai apresentar nesta segunda-feira (30/8) um requerimento para convocar as partes.

Ao Correio, o deputado disse que convocou a reunião porque uma instituição do porte da Febraban não pode ficar sem representatividade de estatais. “Tenho certeza que essa atitude prejudica muito a imagem do Brasil no exterior e o nosso país. Enquanto vivermos com pautas ideológicas vamos esquecer os problemas reais”, disse Aureo Ribeiro.

O possível desembarque se deve ao manifesto assinado por diversas entidades, incluindo a Febraban, e encabeçado pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. O parecer pede pacificação entre os poderes, por conta do embate entre o Executivo e o Supremo Tribunal Federal (STF). O documento deve ser apresentado nesta terça-feira (31/8).

Paulo Guedes, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o presidente Jair Bolsonaro estariam cientes do movimento dos bancos públicos. A justificativa do Banco do Brasil e da Caixa para deixar a entidade é que o parecer faz uma cobrança apenas ao Executivo. No entanto, o manifesto não deve citar nominalmente o presidente Bolsonaro ou qualquer outro chefe dos poderes.

Intitulado “A Praça dos Três Poderes”, o documento deve contar com a assinatura de pelo menos 200 entidades empresariais e financeiras, inclusive, de associações vinculadas ao agronegócio. O objetivo é mostrar a preocupação com a crise entre o Executivo e o STF. Os representantes também temem que a situação possa prejudicar o processo de recuperação da economia brasileira.

Febraban não vai recuar

Fontes ouvidas pelo Correio, afirmam que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) segue firme na decisão de manter a assinatura do manifesto em favor da democracia. O documento vem sendo elaborado pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).

Procurada pela reportagem, a Febraban disse que “não comenta sobre posições atribuídas a seus associados''. Sobre o manifesto articulado pela Fiesp e dirigido a várias entidades, a federação se limitou a dizer que “o assunto foi submetido à governança da Febraban, como é usual”, concluiu.

 

 

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