Sérgio Reis falou sobre a polêmica em que se envolveu nas últimas semanas, graças a áudios vazados em que convoca uma greve de caminhoneiros e ameaça ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista ao jornalista Roberto Cabrini, do Domingo espetacular, da Record, o músico se diz “triste” com a repercussão da “frase infeliz”. A conversa foi ao ar no último domingo (22/8).
“Eu errei e quero me redimir com esse povo, pedir desculpas. Se seis horas da manhã vier a polícia em casa, eu me entrego”, desabafou. Ele, que já foi eleito deputado federal pelo estado de São Paulo, afirmou estar magoado pela falta de apoio dos artistas e amigos. Aos 81 anos, o músico mostrou os medicamentos dos quais faz uso, especialmente para diabetes, e a casa em que mora na Serra da Cantareira em São Paulo.
Reis disse que está disposto a se desculpar com o STF e argumentou que foi mal interpretado. Segundo o ex-deputado, o áudio era apenas uma conversa informal com um amigo que acabou saindo do controle. As declarações sobre o voto impresso não ser um pedido, mas "uma ordem”, e a menção a “invadir e quebrar tudo, tirar todo mundo de lá” são investigadas pela Polícia Federal (PF).
Investigação e perdas
A corporação fez uma busca na casa do cantor na mesma operação em que foram cumpridos os mandados de busca no gabinete e na casa do deputado Otoni de Paula (PSC-RJ). Os dois fazem parte de um grupo de dez pessoas investigadas por declarações antidemocráticas. Todos devem cumprir uma ordem de restrição e permanecer afastados da Praça dos Três Poderes em um raio mínimo de 1 km. A única exceção é no caso do deputado Otoni de Paula para atividades ligadas ao mandato.
No caso de Sérgio Reis, além dos problemas legais, houve também uma forte repercussão financeira. Depois das declarações contra a democracia feitas na semana passada, ele perdeu contratos para comerciais, shows e viu serem canceladas participações de outros músicos no seu próximo álbum, já em produção.
Segundo o cantor, a falta de apoio público dos colegas ajudou a deixa-lo deprimido. Reis também disse ter recebido um vídeo de um fã queimando discos antigos gravados por ele. “Eu errei, o que eu posso fazer?! Me perdoem. Vou pedir desculpas para os ministros, eles me conhecem, sabem quem eu sou. Agora, respeitem o povo também”, argumentou.
Ele ainda comentou que “só o Roger, do Ultraje a Rigor, mandou uma mensagem dizendo que estava do meu lado, em solidariedade. Foi o único artista. Estou triste”, mas disse que não se abalou pela operação da PF e sim pela mágoa de ver amigos se afastando dele.
Sobre a suspeita de uma prótese peniana paga com dinheiro público, o ex-político negou. “Até essa coisa da prótese que inventaram. Tenho 81 anos, tive um AVC, não posso tomar Viagra nem nada dessas coisas. Para namorar com a minha mulher precisei de uma solução prática, uma prótese americana”, disse.
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