O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (19/8) que está aberto ao diálogo, citando os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso e o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Luis Felipe Salomão. No entanto, voltou a atacar os magistrados e disse que a instabilidade política causa a elevação de preços no país.
"Não estou atacando ninguém, nenhuma instituição. Algumas poucas pessoas estão turvando as águas do Brasil. Quero paz, quero tranquilidade. Converso com o senhor Alexandre de Moraes, se quiser conversar comigo. Converso com o senhor Barroso, se ele quiser conversar comigo. Converso com o Salomão, se ele quiser conversar comigo. E vamos chegar num acordo. Toda vez que há um problema, mexe no dólar, mexe no preço do combustível, tem inflação, tem dor de cabeça para o povo todo, em especial o mais pobre e humilde. É pedir muito o diálogo? Da minha parte nunca vou fechar as portas para ninguém", alegou a apoiadores, momentos antes de participar de um evento em Cuiabá.
Bolsonaro relatou ainda que não se pode abrir um processo contra o presidente da República sem ouvir o Ministério Público. "Isso é ditadura", caracterizou. O chefe do Executivo ressaltou também que não fará uma "ruptura" institucional, mas alegou que o "provocam o tempo todo".
Na quarta-feira (18), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, entraram em campo para tentar pacificar a relação entre os Poderes, estremecida pelos ataques de Bolsonaro ao Judiciário. Eles se reuniram com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, que cancelou a reunião com o mandatário no início deste mês, após ele intensificar os ataques ao STF e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e fazer ameaças à realização das eleições de 2022.
Após receber Pacheco, o magistrado disse ontem que avalia remarcar o encontro. "Apesar do cancelamento da reunião, o diálogo dos Poderes nunca foi interrompido. Como presidente do STF, sigo dialogando com todos os representantes de todos os Poderes. Sem prejuízo a uma nova reunião, a questão será reavaliada", disse Fux em sessão na Corte.
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