O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (19/8) que não fará uma "ruptura" institucional, mas alegou que o "provocam o tempo todo". O mandatário ainda repetiu críticas a recentes decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) pela prisão do ex-deputado Roberto Jefferson e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que suspendeu o repasse da monetização de canais que propagam desinformação sobre o sistema eleitoral.
No último dia 13, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB, por ataques à instituições democráticas. De acordo com o despacho do magistrado, Jefferson faz parte de uma milícia digital especializada em atacar o Supremo, seus ministros e demais instituições. As diligências fazem parte de um novo inquérito aberto pelo ministro. No YouTube e nas redes sociais, o ex-deputado aparece empunhando armas e ameaçando os ministros, assim como pregando o fechamento do Supremo.
"Da minha parte, não haverá ruptura. Sei das consequências internas e externas de uma ruptura. Mas provocam-nos o tempo todo. Não é justo prender quem quer que seja sem o devido processo legal. Não é justo o TSE agora desmonetizar páginas que falam que o voto impresso é necessário, ou que desconfiam do voto eletrônico. Daqui a pouco os TREs vão fazer a mesma coisa. O TRE que é mais ligado com governador vai perseguir aqueles que apoiam ou que tem uma visão diferente da candidatura daquele governador", disse o presidente, momentos antes de participar do seminário de Etnodesenvolvimento e Sustentabilidade no Centro-Oeste em Cuiabá.
No começo do mês, após se tornar alvo de inquéritos no STF e no TSE, por fazer ameaças às eleições, o chefe do governo questionou a legalidade desses procedimentos e disse que, em resposta, poderia atuar fora “das quatro linhas da Constituição”.
Bolsonaro completou que "alguns pouquíssimo" querem "atuar fora das quatro Constituição" e criticou o que caracterizou de "ditadura branca" nas mídias sociais. "Nós jogamos dentro das quatro linhas da Constituição. Alguns pouquíssimos querem jogar fora dela. Não podemos aceitar uma ditadura branca em nosso país com cerceamento das mídias sociais".
7 de Setembro
Ele anunciou também que no Dia da Independência, 7 de Setembro, participará de duas manifestações: uma em Brasília e outra em São Paulo. "Perguntam onde estarei no dia 7. Estarei, como sempre, onde o povo estiver. Posso adiantar, pretendo estar na Esplanada dos Ministérios. Pretendo, à tarde, estar na (Avenida) Paulista e convido qualquer político a comparecer ao evento. É a nossa segunda Independência. Se é difícil lutar com liberdade, imagine sem liberdade".
Por fim, o chefe do Executivo ainda falou sobre marco temporal, que se refere à demarcação das terras indígenas. A previsão é de que o presidente do Supremo, Luiz Fux, paute o caso no dia 25 de agosto.
"O STF botou em pauta novamente a questão do marco temporal, ou seja, já estava decidido. O que nossos irmãos indígenas ocuparam em 1988 é deles, é justo, é direito, ninguém é contra isso. Mas o STF quer reabrir para centenas e centenas de novas áreas. Tem áreas com Ianomami, que ninguém vai discutir aqui, equivalentes a dois estados do Rio de Janeiro para 10 mil indígenas". "Vão inviabilizar o Brasil. Áreas enormes para meia dúzia de pessoas", concluiu.
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