O ministro da Defesa, Braga Netto, voltou a afirmar, durante audiência na Câmara, nesta terça-feira (17/8), que não houve ditadura militar no Brasil entre 1964 e 1985. O general disse que, se tivesse havido um regime desse tipo no país, "talvez muitas pessoas não estariam aqui", devido a execuções.
Braga Netto abordou o assunto durante audiência conjunta de três comissões da Câmara — Fiscalização Financeira e Controle; Relações Exteriores e Defesa Nacional; Trabalho, Administração e Serviço Público. O ministro foi convidado a prestar esclarecimentos sobre fatos, declarações e notas oficiais do Ministério da Defesa que foram interpretadas pelos parlamentares como ataques ao estado democrático de direito.
O general falou sobre o regime militar em resposta a deputados de oposição que fizeram referência aos crimes contra os direitos humanos cometidos naquele período. "Não considero que tenha havido uma ditadura. Houve um regime forte. Eu concordo, cometeram excessos dos dois lados, mas isso tem que ser analisado na época da história, com guerra fria e tudo mais, e não pegar uma coisa do passado e trazer para os dias de hoje. Se houvesse ditadura, talvez muitas pessoas não estariam aqui, (por causa das) execuções", afirmou o ministro da Defesa. "Ditadura, como foi dito aqui, são em outros países que aqui foram mencionados e eu me permito o direito de não repetir", acrescentou o general, em referência aos regimes de países como Cuba e Venezuela, citados por parlamentares governistas durante a audiência.
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