O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) passou, ontem (11/8), da condição de convocado para a de convidado, quando prestará depoimento, hoje (12/8), à CPI da Covid. Ao atender ao convite, ele não tem compromisso de dizer a verdade, o que lhe poderia causar constrangimentos.
A alegação dos senadores é de que o líder do governo na Câmara não poderia chegar em condição diferente daquela do seu acusador, o também deputado Luís Miranda (DEM-DF), que o acusou de estar por trás de um esquema fraudulento de compra de medicamentos pelo Ministério da Saúde.
Barros reivindicou publicamente ser ouvido pelos senadores. A pressão feita pelo parlamentar, porém, surtiu efeito parcial. Se por um lado o deputado conseguiu espaço para se defender, por outro a CPI conseguiu ganhar tempo suficiente para que documentos importantes chegassem e, assim, possam apertá-lo na oitiva de logo mais.
Um dos pontos que deve ser alvo de questionamentos são as ações que correm contra o deputado no Ministério Público Federal. Ele está indiciado por improbidade administrativa pelo contrato com a empresa Global Gestão em Saúde, que não honrou um contrato fechado com o Ministério da Saúde e causou um rombo de mais de R$ 20 milhões aos cofres públicos.
À época, Barros era o responsável pela pasta, durante o governo do ex-presidente Michel Temer. A empresa tem como sócio o empresário Francisco Maximiano, o mesmo que comanda a Precisa Medicamentos, investigada pela CPI por suspeita de cobrança de propina nas negociações envolvendo a vacina indiana Covaxin.
Barros entrou na mira da CPI depois que Luis Miranda o apontou como responsável por um esquema ilícito no ministério, depois que relatou a Jair Bolsonaro as suspeitas de irregularidades em torno das negociações do imunizante da Bharat Biotec. O presidente teria dito que se tratava de um “rolo” do líder do governo na Câmara.
A expectativa é de o depoimento de Barros centre fogo na acusação feita por Miranda. “Se estiver aqui dotado da verdade, se não for pego em contradições, pode sair daqui, inclusive, com atestado de inocência. Não temos obsessão para culpar ninguém”, afirmou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
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