O presidente Jair Bolsonaro voltou a apontar fraudes nas eleições de 2018 nesta quarta-feira (11/8). No entanto, repetiu por ao menos quatro vezes que não possui provas. A declaração foi feita a apoiadores na saída do Palácio do Alvorada quando comentava sobre a derrota do voto impresso. O mandatário ainda chegou a dizer que o resultado das eleições de 2022 poderá ser colocado em dúvida.
"Hoje em dia, sinalizamos para uma eleição, não é que está dividido, uma eleição onde não vai se confiar no resultado das apurações. Mesmo apresentando provas do próprio TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que um grupo de hackers ficou de abril a novembro dentro do TSE na parte da informática, e que teve acesso ao código fonte. Mesmo com o relatório do processo interno da PF correndo solto, quando a PF pediu os logs que são as impressões digitais, o próprio TSE diz que eles foram apagados. Então, ele limpou a cena do crime", disse erroneamente o mandatário.
O TSE desmentiu em nota que tenha ocorrido comprometimento do sistema de votação. "O acesso indevido, objeto de investigação, não representou qualquer risco à integridade das eleições de 2018".
"A investigação corre de forma sigilosa e nunca se comunicou ao TSE qualquer elemento indicativo de fraude", diz outro trecho da nota divulgada no último dia 5.
Bolsonaro disse que apesar de não possuir comprovação das falas, não se priva da "liberdade de expressão". "Agora, o que que pode ter ocorrido, não tenho provas do que vou falar aqui, não tenho provas, vou deixar bem claro, mas eu não furto do meu direito de opinar, da minha liberdade de expressão e de buscar maneiras de aperfeiçoar o processo. O que eu quero é que cada um de vocês aqui vote e que o voto seja contado. Se a gente perder, o prefeito pode perder a reeleição um dia, o vice, também, mas tem que ter certeza que, na ponta da linha, realmente foi a manifestação da maioria do seu município", continuou.
Ele disse novamente que não possui provas, mas que teve 12 milhões de votos desviados por hackers nas últimas eleições, na qual saiu vitorioso.
"A questão que houve em 2018 foi um hacker que denunciou. Ninguém sabe quem é esse hacker. A ministra Rosa Weber, presidente do TSE, pediu para a PF abrir um inquérito. Esse cara ficou 8 meses lá dentro. Primeiro turno, segundo turno. E a história que se aproxima da verdade, repito, não tenho provas. Esses hackers foram contratados por quem tinha interesse nas eleições e teriam que desviar 12 milhões de votos meus. Repito, não tenho provas. Teriam que desviar 12 milhões de votos meus. E os hackers fizeram seu trabalho. Só que quando as eleições acabaram, não foi suficiente para o outro lado ganhar. O lado que recebe dinheiro do narcotráfico, do Foro de São Paulo, de corrupção bilionária, de dinheiro de fora do Brasil", reforçou.
Por fim, o mandatário agradeceu votos favoráveis à PEC do voto impresso, mas alegou que alguns deputados sofreram "retaliação" ou foram "chantageados" para votar pela derrubada. Ele reforçou ainda que as eleições de 2022 deverão enfrentar o que chamou de "mácula da desconfiança".
Em live no último dia 29, o presidente prometeu apresentar provas de que as eleições de 2018 foram fraudadas. Contudo, durante o evento, ele comentou que “não tem como se comprovar que as eleições não foram ou foram fraudadas”. Exibiu apenas o que chamou de indícios já rebatidos pelo TSE.
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