A derrota do voto impresso não encerrou, para o presidente Jair Bolsonaro, a discussão sobre mudanças no processo eleitoral. Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, nesta quarta-feira (11/8), o mandatário afirmou que as eleições de 2022 deverão enfrentar a "mácula da desconfiança".
"Eu perguntaria aqueles que estão trabalhando por interesses pessoais, que não são interesse do Brasil, se eles querem enfrentar eleições no ano que vem com a mácula da desconfiança que não é de agora. E eu tenho a certeza de que esse pessoal que votou ontem, cada vez mais teremos mais gente a nosso favor. Agora, a gente não pode deixar que meia dúzia de funcionários numa sala escura conte os votos e decida as eleições", alegou.
Bolsonaro relatou ainda que o resultado mostra que metade dos parlamentares não acredita no atual sistema eleitoral e que outros sofreram retaliação para votar pela derrubada da PEC. "Enquanto vivo for, essa é nossa bandeira", destacou.
"Aquela metade do parlamento que votou sim no dia de ontem que quer realmente eleições limpas, democráticas. A outra metade, não é que não queira, porque ali tem gente que ficou pressionada, preocupada de, ao votar conosco, ser retaliada. Agora, um recado para todo mundo: a maioria da população está conosco. Está com a verdade. Então pessoal, nós vivemos numa democracia. Se tá difícil de lutar enquanto tem liberdade, depois que vocês perderem a liberdade vai ser impossível lutar. O que a gente quer é uma maneira de a gente comprovar em quem a Maria, o João votou, o voto foi para aquela pessoa. Não tem explicação o que estão fazendo. Querem eleger uma pessoa na fraude. Uma pessoa que há pouco tempo esteve aqui à frente do Executivo e foi uma desgraça o que aconteceu", disse em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O próprio mandatário sinalizava que o projeto de voto impresso do governo seria derrubado na Câmara ao acusar o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, de articular contra a PEC: "Apavorou alguns parlamentares". "Barroso apavorou alguns parlamentares. E tem parlamentar que deve alguma coisa na Justiça, que deve no Supremo, né. Então, o Barroso apavorou. Ele foi para dentro do Parlamento fazer reuniões com lideranças, praticamente exigindo que o Congresso não aprovasse o voto impresso", justificou na segunda-feira (9).
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