Empenhado em consolidar apoio suficiente para atravessar a sabatina do Senado e assumir o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-advogado-geral da União André Mendonça passou mais um dia percorrendo gabinetes dos senadores. A peregrinação, segundo o postulante, tem dado resultado. A avaliação dele é de que haja votos suficientes para obter o aval do Congresso. Para ser efetivado na mais alta Corte de Justiça, André Mendonça precisa de 41 votos favoráveis no plenário do Senado.
Sucinto nas palavras e discreto nas articulações pelos gabinetes do Senado, Mendonça foi lacônico ao responder se as reuniões com os senadores garantiriam aprovação da maioria absoluta dos votos em plenário: “Acredito que sim”, disse.
O jurista e ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro também revelou ter se encontrado com os senadores Eduardo Gomes (MDB-TO) e Eduardo Girão (Podemos-CE). Ele também conversou com o senador Omar Aziz (PSD-AM).
No final da semana anterior, Mendonça esteve com o líder da bancada do PT, senador Paulo Rocha (PA). Ao Correio o petista afirmou que foi uma reunião produtiva e elogiou a articulação do aspirante ministro, mas ponderou. “É necessário reunir com os membros da bancada, com a liderança”, expressando ainda não haver orientação de voto.
Terreno incerto
Há meses Mendonça percorre os corredores do Senado, de gabinete em gabinete, buscando apoio, mesmo antes da indicação. Respeitado no mundo jurídico, o ex-AGU é benquisto pela capacidade de articulação e perfil respeitoso. Mas a proximidade entre ele e o governo Bolsonaro preocupa, principalmente a oposição.
Diante de um terreno incerto, Mendonça intensifica a buscas por apoio. A expectativa era de que a sabatina ocorresse com a volta do recesso parlamentar, mas a sessão deve ficar para setembro. Se aprovada a indicação do nome “terrivelmente evangélico”, como disse ser o presidente Jair Bolsonaro, Mendonça assumirá a vaga deixada pelo ex-ministro Marco Aurélio Mello, aposentado compulsoriamente por ter completado 75 anos.
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