O chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Augusto Heleno, disse nesta terça-feira (10/8), no Senado, que não houve intenção por parte do governo em fazer o desfile de militares na Esplanada dos Ministérios como uma forma de provocação. "Não houve nenhuma intenção de fazer um desfile como provocação, nada disso", disse, ao ser questionado pelo Correio.
O general estava no Senado para prestar depoimento, de forma secreta, na Comissão Mista de Controle de Atividade de Inteligência (CCAI). Heleno afirmou que o desfile já estava planejado desde o início do ano, e que não é possível mudar "determinadas coisas de exercícios" militares. "Não havia nenhuma intenção de fazer provocação, demonstração de força, nada disso", disse.
Nesta terça-feira, tanques de militares das Forças Armadas passaram em Brasília, sob a justificativa de entregar um convite ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Defesa, Braga Netto, para comparecerem a um treinamento da Marinha, em Formosa (GO).
Ato inédito
O treinamento ocorre desde 1998, mas pela primeira vez, contará com a participação das outra duas Forças, Aeronática e Exército. Também é a primeira vez que os militares passam por Brasília com armamentos e blindados a caminho do exercício. O ato foi amplamente criticado por parlamentares. O próprio presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tentou minimizar, mas chamou de "coincidência trágica".
As críticas se deram, principalmente, pelo desfile ocorrer justo no dia em que a Câmara vota a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso auditável. A mudança é uma demanda do presidente Jair Bolsonaro, mas deve ser derrotada no plenário, assim como foi na Comissão Especial que tratou do tema.
Questionado pelo Correio se o desfile mostra que a política está dentro dos quartéis, o general negou. "De jeito nenhum. Isso é uma bobagem". Também perguntado se o presidente irá respeitar a decisão da Câmara, disse: "Ele que tem que dizer, mas eu acredito que sim".
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