O presidente Jair Bolsonaro criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, nesta quinta-feira (5/8), um dia após o magistrado incluir o mandatário no inquérito que apura fake news e ataques contra a Corte. No despacho, Moraes enviou à Polícia Federal link da live do presidente em que ele alega que as eleições foram fraudadas, sem apresentar provas. O mandatário afirmou que o ministro "é a mentira em pessoa"e que "sua hora vai chegar".
"O Sr. Alexandre de Moraes acusa todo mundo de tudo. Bota como réu no seu inquérito sem qualquer base jurídica para fazer operações intimidatórias, busca e apreensão, ameaça de prisão, ou até mesmo prisão. É isso que ele vem fazendo e a hora dele vai chegar porque ele está jogando fora das quatro linhas da Constituição há muito tempo", alegou em entrevista à Rádio 93 FM do Rio de Janeiro.
O mandatário reforçou a ameaça avisando que "o momento de sair das quatro linhas da Constituição está chegando" e chamou Moraes de ditatorial. "Eu não pretendo sair das 4 linhas para questionar essas autoridades, mas acredito que o momento está chegando. Não dá para continuarmos com um ministro arbitrário, ditatorial, que não respeita a democracia, que não leu a Constituição. Se leu, aplica de acordo com o seu entendimento para cada vez mais agredir não só a democracia, bem como atingir os seus objetivos dessa forma. Isso é inadmissível numa democracia", acrescentou.
Por fim, Bolsonaro repetiu que deverá convocar paulistas às ruas na defesa da pauta do voto impresso e reclamou de ter sido incluso no inquérito das Fake News. "Se o povo paulistano achar que eu devo comparecer à Paulista daqui a dois, três domingos, irei com o maior prazer. E seria mais um recado para aqueles que ousam estar à margem da nossa Constituição. E ele fez um absurdo agora. Me colocou como réu naquele inquérito fake news dele. O inquérito tem nome de fake news, mas fake news é o próprio Alexandre de Moraes. Ele é a mentira em pessoa dentro do STF", concluiu.
Mais cedo, em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, o presidente questionou quais medidas os ministros tomariam no inquérito e citou possível busca e apreensão na residência oficial.
"Estão me processando por isso. Olha, pessoal, o que é a ditadura da toga. O que dois ministros estão fazendo no Supremo. Barroso e Alexandre de Moraes. Vão me investigar". Em seguida, em tom de ironia emendou: "Será que vão dar uma sentença? Fazer uma busca e apreensão no Alvorada? Como fazem com o povo comum. Será que vão fazer isso? Vão mandar quem aqui, a PF ou as Forças Armadas? Baseado no quê?"
Saiba Mais
- Política Moraes acolhe notícia-crime e inclui Bolsonaro no inquérito das fake news
- Política Bolsonaro ameaça agir fora das "quatro linhas da Constituição"
- Política Até onde podem ir as investigações contra Bolsonaro?
- Política Empresários, economistas, diplomatas e intelectuais fazem manifesto contra o voto impresso
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.